A proximidade com duas rodovias que cortam a cidade tornam os bairros Campestre e Santo André geograficamente bem localizados. O avanço da duplicação da BR-386 e as projeções de obras na ERS-130 alimentam as expectativas para o futuro. Mas também indicam desafios futuros para a comunidade local.
Pensar os dois bairros para os próximos anos, com base nas soluções para os problemas atuais e também os de médio e longo prazo. Este foi o cerne do décimo debate do projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os Bairros”, o último de 2023.
Quatro convidados participaram do encontro na Rádio A Hora 102,9. Odete Ferrari e Rogério Wentz representaram as associações de moradores dos bairros Campestre e Santo André, respectivamente. Já Samuel Penz trouxe a visão de quem empreende no Campestre há uma década, enquanto Fabiano Bergmann, secretário municipal de Obras, foi a voz do governo de Lajeado no debate.
No entendimento dos representantes dos bairros, as localidades têm tido suas demandas mais pontuais atendidas pelo poder público. No entanto, há ações mais complexas que necessitam de um olhar apurado, sobretudo no campo da mobilidade.
“Eu pretendo morar ali (no Campestre) a vida inteira, pois vejo esse potencial de crescimento, tanto que tem outras empresas apostando ali. E acredito que a João Goulart vai ser uma grande avenida, tanto que as obras novas recentes ali já possuem recuo”, comenta Penz.
Autonomia
Odete sente orgulho ao afirmar que o Campestre é bem atendido no quesito “serviços”. Ela mora no bairro desde a infância e viu todo o processo de expansão nas últimas décadas. “Era tudo mato quando eu cheguei, tudo pequeno, com poucos moradores e nem tinha ruas e calçadas. E evoluiu bem rápido”, recorda.
A moradora vê o Campestre como um bairro “autônomo” em diversos aspectos, além de possuir acesso facilitado para outras áreas para que a população seja contemplada com todos os serviços necessários para o bem-estar da população.
“Temos praticamente tudo aqui, só não tem banco e lotérica. Não contamos com hospital, mas temos um bom posto de saúde. Tudo o que as pessoas precisam é de um bairro muito bom para morar”, comenta.
Wentz também avalia o Santo André como um bairro positivo para a comunidade. Lembra que, antigamente, eram dois pequenos bairros que se uniram em um só. “Ele foi unificado e é um lugar muito bom de se morar. Tem entrada pela BR-386 e pela ERS-130. Então tem uma facilidade muito grande de acesso e conta com muito comércio atualmente”, frisa.
Reivindicações
Segundo Odete, a maior reivindicação dos moradores do Campestre hoje é por melhorias no trânsito, que sofre com o grande fluxo de veículos em horários de pico, sobretudo a partir do avanço das obras da BR-386. Além disso, a sinalização nas imediações do Posto do Arco também se tornou um problema.
“Do jeito que está, confunde muito os motoristas. E também temos necessidade de melhorias na sede da Associação de Moradores. Estamos fazendo o possível, porque o imóvel estava abandonado e chovia dentro. O portão é uma vergonha e falta tudo por lá. Gostaríamos de equipar para dar uma opção de conforto para que as pessoas possam fazer o seu evento”.
Penz entende que o bairro precisa de mais opções de lazer, sobretudo nas áreas mais próximas ao acesso à Atlas Brasil. “As pessoas se queixam que precisam vir até a praça. O Campestre tem uma extensão territorial muito grande. Poderia ter mais opções”.
A mobilidade também é citada por Wentz como uma situação a ser resolvida. Mas também lembra de demandas na área da saúde, pois muitos moradores do Santo André são idosos e necessitam de maior praticidade no atendimento.
“Antes da pandemia, nós tínhamos uma sala de vacinação no posto de saúde. E os moradores estão pedindo para ver se é possível esse serviço ser retomado. Muitas vezes essas pessoas mais idosas precisam ir para o São Cristóvão ou o Centro para fazerem essas vacinas”, relata.
Ações do governo
Bergmann pontuou algumas ações feitas nos dois bairros pelo governo. Uma delas é a pavimentação comunitária, que contemplou vias principalmente do Campestre. “Foi um dos bairros em que mais tivemos essa parceria entre município e moradores, pois todos queriam se livrar da poeira nas ruas”, recorda.
O secretário também pontuou sobre a busca, junto à CCR ViaSul, por melhorias no acesso ao Santo André. Essa é uma das obras mais discutidas no momento pelo município. “A ideia é fazer uma nova saída para o bairro e uma nova entrada um pouco antes daquela existente, o que vai facilitar muito para quem entra e sai daquela região”.
A participação no debate, para Bergmann, foi importante para conhecer um pouco mais da realidade atual das localidades e, ainda, para se aproximar dos moradores. “Temos aqui pessoas com mais de 30 anos dentro dos bairros, que cresceram e investem”.
Próximos debates
JANEIRO – Conservas, Morro 25 e Nações
FEVEREIRO – Centenário e Olarias
MARÇO – Jardim do Cedro e Santo Antônio