Recomeço e esperança

Opinião

Júlia Amaral

Júlia Amaral

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Recomeço e esperança

A solidariedade é uma pauta recorrente desde setembro. Em meio às enchentes, foi ela que ajudou a salvar vidas, repor o que faltava e suprir necessidades urgentes. Alguns prepararam lanches para alimentar aqueles que limpavam a lama de suas casas. Outros organizaram doações de roupas, alimentos e produtos de limpeza. Cada um fez o que pôde, da maneira que conseguiu.

Passados os primeiros 15 dias de dezembro, surge uma sensação comum: retrospectiva, balanço, esperança. Uma mistura de cansaço, estresse e empolgação pelas possibilidades que os próximos doze meses trazem. E, em meio a tudo isso, existem aqueles que ainda mantêm o olhar e o carinho voltados para o próximo. A pauta da solidariedade permanece.

Esta semana, entrei em um pavilhão com dezenas de brinquedos prontos para serem embalados. Esses presentes trarão alegria às crianças que perderam suas bonecas e carrinhos na água. É possível que os pequenos tenham passado por momentos traumáticos, e ter dias de alegria e diversão é um bálsamo para a infância.

Os pais também serão presenteados. São roupas e alimentos que auxiliam nos primeiros passos do recomeço de uma vida inteira. Graças aos mutirões de pessoas que não se cansam de ajudar quem mais precisa, o Natal de muita gente será mais feliz do que se previa em setembro.

Um dos organizadores das ações voluntárias também perdeu tudo na enchente. “Isso acontece. A gente vai levando. Tem gente que está muito pior”, ele me disse. Essa capacidade de enxergar a dor do outro além da sua é algo raro. Mas existem pessoas assim, e elas merecem ser reconhecidas.

Torço para que a rotina e a correria dos dias não nos façam perder a sensibilidade. Torço para que a solidariedade não saia de pauta tão cedo, que essa corrente continue ativa e que quem precisa de ajuda sempre encontre um abraço. Fico feliz em poder contar histórias assim.

Boa leitura!

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