Comitiva com cerca de 40 líderes políticos, empresariais, classistas e comunitários do Vale do Taquari estará em Blumenau nesta segunda-feira. Em solo catarinense, representantes da região buscam conhecimento, informações e ações práticas aplicadas lá, após tragédias similiares àquelas vivenciadas aqui, em setembro.
Trata-se de um movimento promissor e necessário. É preciso romper as fronteiras do Vale para encontrar medidas e exemplos aplicáveis em nossas cidades. O movimento local é apartidário – e assim precisa continuar – e une a região em torno de um planejamento integrado.
Enquanto este movimento local avança, o Estado, por meio da conterrânea Marjorie Kauffmann, acena com boas notícias. Dito pela Secretária Estadual do Meio Ambiente nessa sexta-feira, em entrevista ao programa Frente e Verso da rádio A Hora 102.9, o Piratini estaria em avançadas tratativas com três instituições de renome mundial para dar suporte às demandas gaúchas: Onu Habitat, Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid). E o melhor: as primeiras ações práticas decorrentes das parcerias com estas três organizações serão implementadas no Vale do Taquari. “Nossa ideia é começar o trabalho no início de 2014”, projeta Marjorie.
Ao que está colocado, nós aprendemos – pena que está sendo por meio de uma dor muito grande – as lições com a tragédia. Ao conseguirmos manter o foco e a união regional e contarmos com a intervenção estrutural do Estado, estamos diante de um passo histórico para o Vale encarar melhor as próximas enchentes. O trabalho é árduo e longo, é verdade, mas ao passo que decidimos transpor nossas crenças e limitações, as luzes no fim do túnel começam a ficar mais visíveis.
Schneider, a ponte e Caumo
Não foi dessa vez. Marcelo Caumo não topou a proposta de Elmar Schneider em dividir a conta de um projeto para uma nova ponte sobre o Rio Taquari entre Lajeado e Estrela. Sendo assim, não avançamos nada. Por essas e outras, seguimos reféns de uma única travessia entre as duas cidades. Nem parece que um eventual problema sobre a única estrutura existente hoje colapsaria logisticamente não só a região, mas boa parte do Rio Grande do Sul.
Dunga já entregou mais casas do que o governo
É triste, mas real. O capitão do tetra e ex-técnico da seleção brasileira, Dunga, entregou ontem, mais duas casas no loteamento Dona Rita, em Arroio do Meio. São habitações com 30 metros quadrados e que devolvem dignidade a duas famílias que ficaram sem nada durante a enchente de setembro.
Enquanto isso, aquelas promessas de construção de casas emergenciais nas cidades mais atingidas, até agora, não saíram. Chega a ser irônico, eu sei, mas o fato é que o Dunga já construiu mais casas em três meses do que o governo federal e estadual. É mais uma prova cabal do quanto a burocracia brasileira trava as coisas.
Bafo na nuca dos deputados
A classe produtiva gaúcha se articula para lotar as galerias da Assembléia Legislativa no dia em que votarão o projeto de aumento de ICMS de 17% para 19,5%, conforme o desejo e a chantagem do governador Eduardo Leite. Ao condicionar a reprovação do projeto de aumento da alíquota ao fim dos incentivos fiscais para uma série de empresas do Estado, Leite coloca uma guilhotina no pescoço dos deputados, que terão de escolher entre o ruim e o péssimo.
Para o povo gaúcho, nenhuma das duas medidas serve. Daí pergunto: se as duas alternativas apresentadas pelo governador são rechaçadas pela sociedade, porque ele insiste em empurrar goela abaixo uma ou outra? Governo não existe justamente para o contrário?
Em vez de ter sido o primeiro governador a propor aumentar o imposto, Eduardo Leite deveria ter usado todo seu conhecimento político e intelectual para buscar outra alternativa que não fosse quebrar promessa de campanha eleitoral, onde em claro e bom tom, falou que não aumentaria imposto. Resta-nos aguardar pela decisão dos deputados, que estão, literalmente, com a corda no pescoço.
Lembrete!
2023 só tem mais 16 dias. E depois, a vida continua.