A família do primeiro bebê a passar por transplante intervivos no Rio Grande do Sul comemora, na próxima quarta-feira, 6, uma década do feito inédito. Raizo Weber Stach fez 10 anos em junho e, em dezembro, celebra o “segundo aniversário”. O evento será na casa de festa Trem Bala, em Estrela, e contará com os amigos e a equipe médica que salvou a vida do pequeno quando ele tinha seis meses.
Os pais de Raizo, Andrea da Cunha Weber e Gilmar Stach, não esquecem o que passaram nos primeiros meses de vida do segundo filho. Quando tinha 15 dias, apresentava uma cor amarela e cólicas fortes. A família de Estrela buscou ajuda em três pediatras diferentes da região, até receber a notícia de que o tratamento adequado só poderia ser feito em Porto Alegre.
Quando Raizo tinha dois meses, não ganhava mais peso e se alimentava por sonda. Nesse momento, tudo o que Andrea e Gilmar sabiam era que o fígado do filho era maior que o normal. Depois das biópsias, o anúncio era de uma missão quase impossível: Raizo sofria de atresia de vias biliares (AVB), uma doença do fígado e ductos biliares, e precisava de um transplante de fígado o mais rápido possível, sem tempo para fila de espera.
A salvação veio do tio, Jonas da Cunha Weber, com 23 anos na época. Raizo foi o primeiro bebê a passar por transplante intravivos no estado. A vida do pequeno foi salva pelo tio, que hoje é também dindo e grande amigo de Raizo. O incentivo à doação de órgãos faz parte da vida da família desde então.
Celebração
A família comemorou com festa o primeiro e o quinto ano da data do transplante. Agora, a ideia é fazer um evento ainda maior. “Esse ano o Raizo entende melhor, então ele está reagindo bem melhor que nos outros anos e está ansioso porque convidou o pessoal da escola e do futebol. Muitos não sabiam a história dele e ficaram arrepiados quando souberam. É uma data muito importante para a gente porque é o renascimento dele”, conta Andrea.
O tema da festa não poderia ser outro: doação de órgãos. O evento terá a participação de profissionais da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – médicos, cirurgiões, técnicos, enfermeiros. Raizo tem consulta uma vez por ano com todos os exames periódicos, mas segue com a vida normal, sem restrições.
