A revolução industrial e o grande crescimento populacional resultaram em um considerável aumento de resíduos, os quais precisam de tratamento sob pena de encontrarmos excesso de materiais sem utilização espalhados pela natureza. Desnecessário dizer que logo vamos nos deparar com uma emergência ambiental.
Como exclusivos seres racionais deste Planeta, nós, os humanos, temos a obrigação de encontrar uma solução plausível para esta situação. E nada melhor do que aliar a necessidade à oportunidade. Estou falando da indústria da reciclagem, que gera muitos empregos – leia-se renda -, e, portanto, impostos, desenvolvimento e crescimento autossustentáveis.
Não sou expert acerca do assunto; porém, arrisco dizer que esse segmento industrial é fundamental, especialmente em meio a tantas discussões sobre a vida em nosso Planeta e os malefícios que nós, seres racionais, causamos-lhe a ponto de sermos alertados para contratempos preocupantes em relação à nossa sobrevivência.
Verifica-se que a geração de lixo cresce diante de nossos olhos como consequência da modernidade, já que tudo vem embalado. Senão vejamos: as farmácias vendem medicamentos embalados em uma caixa acompanhada de uma bula imensa; vamos ao supermercado e levamos para casa produtos embalados em uma sacola plástica; calçados, quando comprados, estão acondicionados em caixas dentro das quais também encontramos papel, que depois recebe uma terceira embalagem, a sacola. Mais material para descarte, sem falar nas caixinhas de leite, potes de material de limpeza e higiene, vidros, caixas, plásticos, uma infinidade de embalagens que vão para o lixo.
Logo, um primeiro passo, sem dúvidas, é a separação do lixo, tarefa de todos nós. Ao poder público, responsável pela limpeza e coleta, caberá fomentar a seleção inicial, passando pelo incentivo às indústrias de recicláveis para assim usufruirmos de um ambiente mais humanizado.
O fato é que há lixo por toda parte, acentuado pelas recentes cheias, que trouxeram à tona a quantidade de resíduos espalhados pela natureza. E eu fico a pensar se isso não contribuiu para os desastres naturais que se sucederam, pois diz a experiência que tudo que é dado ao ambiente logo é devolvido. Isso posto, a coleta seletiva parece uma opção viável e adequada, capaz de promover o reaproveitamento dos resíduos que produzimos, além de reduzir os materiais nocivos que doamos à natureza e que ela, agradecida, devolve-nos na mesma proporção.
Em relação à separação do lixo, lembro de um antigo candidato a prefeito de Encantado – Sr. Ampère Giordani – que há quase 50 anos já falava sobre o tema e dispunha de projeto para sua execução, o qual, infelizmente, foi colocado no fundo de uma grande gaveta para nunca mais ser encontrado. Talvez, apenas talvez, se a proposta tivesse sido aceita, hoje, a realidade de nosso vale seria distinta.
Avançando um passo, a reciclagem também favorecerá a redução dos aterros nos quais depositamos inúmeros materiais sem utilização. Então, em uma rápida “conta de padeiro”, quanto mais reciclagem, menos resíduos ficam à espera de decomposição, o que pode levar centenas e milhares de anos. Quem se habilita?