Região recua na qualidade das rodovias

VALE DO TAQUARI

Região recua na qualidade das rodovias

Estudo feito anualmente pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta as principais dificuldades das estradas do Vale. Sinalização e geometria são os maiores problemas. No Brasil, dos mais de 111 mil quilômetros de estradas pavimentadas, mais de dois terços estão em condições ruins ou péssimas

Região recua na qualidade das rodovias
Rota do Sol está entre as rodovias classificadas como “regular”. (Foto: Jhon Willian Tedeschi)
Vale do Taquari

As rodovias da região foram classificadas como “regulares” ou “boas” no último relatório da CNT, divulgado na terça-feira, 28. O trecho entre Estrela e Tabaí, na BR-386, retrocedeu de “ótimo” para “bom”. O ponto mais crítico é a ERS-128, a Via Láctea, considerada “ruim” pelos especialistas. No ano passado, o ponto era “regular”.

A geometria da rodovia que liga Fazenda Vilanova a Teutônia é considerada “péssima”. São 96 quilômetros com pavimento e sinalização regulares. Um dos pontos já debatidos pelos representantes dos municípios da microrregião do G7 é a necessidade de melhorias no entroncamento entre a BR-386 e a ERS-128.

Diretor da Tomasi Logística, Diego Tomasi lembra também da falta de segurança da via, que tem pista simples. “As próprias condições dela, de rodagem, não são muito boas. Então o grande objetivo para melhorar essa rodovia, com certeza, seria duplicar ela”, comenta. Outros pontos críticos apontados são a ERS-129, entre Lajeado e Encantado, e a ERS-453, entre Lajeado e Venâncio Aires.

Prejuízos econômicos

O transporte rodoviário é responsável pelo deslocamento de 65% das cargas do Brasil. A condição das estradas interfere diretamente nos valores da logística. “O transportador sempre analisa qual é o nível de qualidade da rodovia que eles vão transportar. Quando a rodovia é ruim ou péssima, o custo do frete é maior. Reduzir o custo logístico, com certeza, passa pela melhor qualidade das rodovias aqui da nossa região”, ressalta Tomasi.

Sobre o trecho entre Tabaí e Estrela, o empresário diz perceber as pioras da rodovia. “A gente percebeu que a CCR, nesse trecho, acabou não fazendo muitos investimentos. Ela apenas fez a pintura da rodovia, mas tem alguns trechos com desnível e depois de um ano ficaram mais acentuados”.

CEO Empresas de Transportes Scapini, Lucas Scapini, percebe que a manutenção da via diminui, o que aumentou o número de buracos. “A consequência de não ter boas rodovias é aumento de tarifa de frete, por conta dos custos do transporte. Por ser mais lenta, por gastar mais combustível, muitas vezes por gastar mais pneu também por causa de buracos ou infraestrutura de asfalto, faz com que os fretes fiquem mais caros e isso impacta para o consumidor final e usuários”, destaca.

Sobre o trecho da BR-386, a CCR ViaSul lembra que a região foi castigada pelas chuvas e intempéries. Em comunicado, diz que tais condições causaram diversos transtornos. A concessionária afirma que já mapeou todos os locais impactados e segue trabalhando para normalizar a situação. Em paralelo, está executando as obras de duplicação e ampliação da capacidade de fluxo da BR-386.

No estado e no país

Os problemas se repetem em todo o estado. O Rio Grande do Sul não possui rodovias entre as 10 melhores do país. Somente a BR-448, conhecida como Rodovia do Parque, foi bem avaliada, classificada como “ótima”. Entre as piores estradas, está a ERS-440, em Triunfo. São considerados critérios como pavimento, sinalização e geometria da via.

No Brasil, 67,5% da extensão da malha rodoviária tem a conservação classificada como “regular”, “ruim” ou “péssima”. A classificação do Estado Geral compreende três principais características: pavimento, sinalização e geometria, levando em consideração as condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes.

Dnit

Em contraponto aos dados da CNT, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) afirma que, no último Índice de Condição da Manutenção (ICM) feito pela autarquia, as condições da rodovia são “boas” nos 3,2 mil quilômetros. Cerca de mil quilômetros (22%) estão “regulares” e 322 quilômetros (7%) foram classificados como ruins.

O órgão destaca, ainda, que desde julho o estado sofre com condições climáticas severas, que estão afetando a melhoria dos índices. A autarquia salienta que, em boa parte dos casos, os trechos estão sendo liberados rapidamente e os reparos realizados de forma emergencial por meio dos contratos de manutenção rotineira vigentes nas respectivas rodovias.

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