A paixão pela arquitetura e o desejo de empreender uniu os amigos Douglas Alberto Arend e Carlos Julio Schmidt. Durante os anos de universidade, a ideia tomou força e, em 2019, saiu do papel. A Projeto D – Arquitetura e Topografia atua nas frentes relacionadas ao planejamento de uma área no desenvolvimento de projetos arquitetônicos.
Fundadores da empresa foram os convidados desta segunda-feira, 27, de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Durante o bate-papo, reforçaram a influência da família na formação da personalidade dedicada. Ambos de origem humilde, afirmam que o exemplo batalhador dos pais fez com que esse espírito crescesse presente neles.
Natural de Marques de Souza, Arend teve o primeiro contato com o meio aos 16 anos. Ele relata que trabalhou em um escritório de engenharia na cidade e, assim, descobriu que era esse o futuro que queria seguir. Em 2006 iniciou o curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade do Vale do Taquari (Univates), onde conheceu Schmidt.
“Entramos ao mesmo tempo na faculdade. Criamos uma boa relação de amizade e percebemos que nossas ideias eram semelhantes. Ali começamos a pensar sobre um futuro negócio”, recorda Schmidt. Relembra, também, dos sete anos em que trabalhou em uma loja de tintas e a influência desse período na escolha profissional. Segundo ele, o contato com arquitetos fez com que o interesse surgisse.
Para os empreendedores, a formação é essencial na construção de um bom profissional. “A faculdade é o primeiro passo, ela te orienta e ajuda a definir para onde ir. Mesmo fora dela, é essencial permanecer em constante evolução, seja com cursos, feiras, pós-graduação, doutorados ou outros”, afirma Arend.
DICA DE LIVRO
O cliente é quem manda
Na era da internet, assistimos uma mudança no equilíbrio de forças no mundo dos negócios: cada vez mais, é o cliente quem manda. Como consumidores confiam uns nos outros mais que em empresas e marcas, o sucesso de uma organização depende da credibilidade em conquistar a confiança de pessoas que expressam abertamente seu ponto de vista.
Entrevista – Douglas Alberto Arend e Carlos Julio Schmidt • Sócios da Projeto D – Arquitetura e Topografia
“Foco nos detalhes é o caminho para um bom serviço”
Rogério Wink: Como começou a Projeto D?
Douglas Alberto Arend: Comecei com o escritório na casa dos meus pais, em Marques de Souza, atendendo, tanto pessoas em empresas do município, quanto de fora. No início, fazia apenas projetos de casa, pavilhões e regularizações. As pessoas me perguntavam porque não fazia a parte de topografia. O equipamento era caro e precisava do apoio de demais pessoas. Na época, eu e Carlos havíamos perdido um pouco do contato por conta da mudança dele. A ideia ficou engavetada até que soube que ele havia voltado para a região. Logo o procurei para falar sobre o projeto. Ele topou de primeira.
Wink: Para que serve a topografia?
Carlos Julio Schmidt: São diversas finalidades, desde regularização do imovel urbano ou rural, marcação de obra até construção de loteamentos. Nesse processo, usamos diversos equipamentos, cada um com a sua função, mas todos complementares. A estação total, por exemplo, utilizada para marcar os pontos e fazer contornos, não é substituída pelo drone, nem pelo GPS. Um depende do outro para que o trabalho seja feito com excelência.
Wink: Em quais ocasiões se utiliza o drone?
Arend: Adquirimos esse equipamento há cerca de um ano. Fomos um dos primeiros serviços da região utilizando esse drone matriz com laser scanner. A função dele é tanto para processo de loteamentos, quanto terraplanagem e é utilizado para definir o relevo, mostrar como está a situação dele e como o local será trabalhado. Esse aparelho veio para aprimorar e auxiliar nosso trabalho.
Wink: Como é o processo de obras?
Arend: No primeiro momento confirmamos a matrícula. Esse processo consiste em analisar as medidas de ângulos e distâncias demarcadas nos documentos do terreno, e se elas conferem com o que está ali. Isso é o que chamamos de retificação. Ou seja, uma regularização do documento. Muitas vezes as medidas mudam, isso porque são antigas e feitas com um equipamento não tão preciso. Depois mandamos as informações para o escritório. Lá, fazemos o processamento e elaboração dos pontos coletados.
Wink: Qual a posição do mercado regional nessa área?
Schmidt: Vejo que tem muita coisa acontecendo. A perspectiva é das melhores com a alta procura do Vale. Muitas empresas locais e também de fora investem e procuram a região. Isso é muito positivo porque a movimentação traz oportunidades de emprego, necessidade de ampliação e busca maior por terrenos. Ou seja, é um mercado que está sempre girando.
Wink: Como coletam clientes?
Arend: Nossa maior propaganda é o boca a boca. Isso é um movimento tanto nosso, de divulgar nosso trabalho, quanto dos clientes que indicam para conhecidos. Para nós, é um grande sinal da qualidade do trabalho realizado. Temos clientes que nos procuram para regularizar o terreno por conta de uma pendência, e, ainda, aqueles que estão sempre investindo e fazendo novos negócios.