O bairro Florestal e o Lajeadense

Opinião

O bairro Florestal e o Lajeadense

Vale do Taquari

Por: Helena Baségio

As histórias do Bairro Florestal e do Lajeadense fundem-se desde sempre. De 1911, quando a trajetória do Alviazul começou, até 2011, na terceira mudança de casa, eles sempre andaram juntos. Tão identificados, que as duas primeiras sedes da entidade tinham Florestal no nome.

Do acanhado “Velho Florestal”, localizado nas proximidades da Padaria Suíça, o Alviazul mudou-se para a rua Clélia Jaeger Betti, algumas quadras acima, levando consigo o nome. E alavancou o crescimento do bairro, na época um descampado, valorizando as áreas do entorno.

A localização privilegiada, próxima do Centro, e de outros bairros, fez surgir uma peculiaridade: o deslocamento a pé em dias de jogos. Era comum ver famílias inteiras ou amigos caminhando em grupos até o estádio. Um hábito, aliás, que se manteve até o fim.

Do distante 1961, quando a segunda praça esportiva foi finalizada, até a despedida, em 2011, o local foi palco de grandes confrontos, não só de futebol profissional, mas também de futebol amador, provas de motocross, e shows musicais.

O estádio sediou também amistosos nacionais e internacionais. E por seu gramado desfilaram grandes craques do futebol brasileiro, como Falcão, Batista, Renato Portaluppi, Ronaldinho Gaúcho, D’Alessandro, entre outros.

O Florestal sediou também jogos épicos. Na era mais antiga, destaque para os elencos formados por excelentes jogadores locais e para os clássicos diante do Estrela, que nem sempre terminavam de forma amigável. Em tempos mais recentes, destaque para a vitória do Lajeadense para o arquirrival, por 3 a 0, em 1986, e para o 1 a 0 em cima do Grêmio, na icônica temporada de 1991. Um pouco antes, houve o inesquecível 1 a 0 diante do Inter, na partida que representou a despedida de Falcão, que deixou o Brasil para atuar no Roma, da Itália.

Os últimos momentos do Lajeadense em sua segunda casa deixaram saudades. Em 2010, um ano abençoado, o Alviazul voltou para a elite do futebol gaúcho. Em 2011, ainda disputou o Gauchão no Florestal, como em um último ato de uma peça teatral. No final desse ano, as portas se fecharam para sempre.

Mas o carinho pelo Florestal ficou. Até hoje torcedores são vistos espiando o que sobrou do estádio pelas frestas dos portões fechados. Alguns conseguem entrar e ficam por alguns momentos parados, absortos em lembranças. E registram em fotos o que já está eternizado, para sempre, em seus corações.

Helena Baségio é jornalista, ex-repórter esportiva do jornal O Informativo e torcedora apaixonada do Lajeadense

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