Empresários se mobilizam por ritmo de obras na BR-386

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Empresários se mobilizam por ritmo de obras na BR-386

Grupo que já promoveu protesto em agosto se reúne nesta quinta-feira. Objetivo é chamar atenção para ritmo das obras de duplicação e dificuldades nos deslocamentos entre os bairros lindeiros

Empresários se mobilizam por ritmo de obras na BR-386
Máquinas trabalham nas proximidades da atual sede da Polícia Rodoviária Federal. Empresários se queixam do ritmo das obras. (Fotos: JULIA AMARAL)
Lajeado

A preocupação com o andamento da duplicação da BR-386 motiva reunião de empresários lindeiros à rodovia na noite dessa quinta-feira, 16, em Lajeado. O encontro será no Restaurante O Perdigão, às 19h30min. O grupo aguarda a participação de agentes públicos do município e espera tomar uma posição conjunta no sentido de cobrar as autoridades competentes.

Não é de hoje que o ritmo dos trabalhos na rodovia desagrada a líderes do setor produtivo, sobretudo no perímetro lajeadense. Em agosto, uma manifestação às margens da BR reuniu dezenas de pessoas. A crítica se dava sobretudo pelo excesso de acidentes de trânsito no trecho em obras, sendo alguns, inclusive, com óbitos.

Ex-vereador e proprietário de um posto de combustíveis às margens da BR, Adi Cerutti é um dos empreendedores que encabeça o grupo. Segundo ele, as obras no trecho trouxeram uma série de transtornos a quem tem empresa nas imediações. O fechamento de acessos e a ausência de retornos é um exemplo citado.

“Simplesmente trancaram todas as entradas dos lindeiros. Quem vem de Forquetinha tem que ir até o viaduto da ERS-130 para acessar o outro lado da pista. Ficou muito complicado para todo mundo. Deveriam ter feito primeiro todos os acessos para depois trancar, e não o oposto”, lamenta.

Outro ponto de atenção, conforme Cerutti, é o descumprimento de prazos para término da obra. Cita que hoje há poucas pessoas trabalhando atualmente e não crê em uma conclusão até o fim do ano, conforme projetado pela concessionária da rodovia. “É muita conversa e pouca ação. Vamos ficar mais um ano com essa obra, se é que ela vai terminar. Nós não merecemos isso”.

Pouco engajamento

A reunião, para Cerutti, será importante também no sentido de ouvir a manifestação do Poder Público e de entidades ligadas ao setor produtivo na cidade. Para isso, convidou vereadores, administração municipal e a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil).

“Queremos o apoio desse pessoal. O prejuízo que as empresas estão tendo é algo que repercute diretamente nas finanças do município. Esperamos que eles venham, pois estamos sentindo falta do engajamento das autoridades nesse caso”.

Nessa terça-feira, Cerutti e outros empresários lindeiros se reuniram para entregaram panfletos no Centro da cidade e também às margens da rodovia, convocando a população para participar da reunião.

Mudança no fim do ano

Também foi mencionada por empresários a mudança da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para uma sede provisória. O fato da transferência ainda não ter ocorrido gera preocupações. A reforma do imóvel, segundo o chefe da 4ª Delegacia, Marcos Cesar Barbosa, está em estágio avançado e deve ser concluída em dezembro.

“Acredito que restam alguns detalhes. Não deve demorar muito para sairmos daqui e nos mudarmos para a sede provisória. Não temos um prazo exato, mas diante do andamento das obras, estimo uns 30 dias”, comenta Barbosa, que assumiu a função recentemente.

As obras de reforma são executadas pela CCR ViaSul. A mudança se faz necessária para o avanço da duplicação no local onde, há pouco mais de 30 anos, está instalada a PRF em Lajeado. Posteriormente, será construída uma nova sede para o órgão federal, nas proximidades do pórtico de acesso a Forquetinha.

Correção de danos

Procurada, a CCR ViaSul informa que mantém a intenção de concluir a duplicação “o quanto antes” e que está com cerca de 250 operários atuando no trecho de Marques de Souza a Lajeado. Reforça também que as chuvas dos últimos meses atrapalharam os trabalhos e causaram danos que “precisaram ser corrigidos emergencialmente”.

A concessionária também comenta que o Serviço de Informação ao Cliente (SIC) conversou recentemente com empresários lindeiros após o protesto e que todas as intervenções feitas no trecho serão sempre comunicadas a eles e também à imprensa.

Protesto, nota de repúdio e ação judicial

Em agosto, o descontentamento de empresários com o ritmo das obras na BR-386 resultou em protesto e duras manifestações. Na ocasião, a CCR ViaSul chegou a emitir nota de repúdio em resposta às declarações do empresário Paulo Pohl. O grupo, por outro lado, prepara o ingresso de ação judicial contra a concessionária. Segundo o advogado Marco Mejia, informações preliminares foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF).

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