Empreendedores ativos previnem-se de turbulências no mercado mantendo o equilíbrio financeiro e uma gestão criativa, apta a modificar o trajeto quando necessário. O diretor da indústria de confecções Mepase, Roni Allgayer, manteve essa percepção em toda sua caminhada empreendedora, para levar a fábrica de roupas a uma administração consistente. A Mepase foi fundada em 1986, em Forquetinha, pelos sócios Auri Franz, pastor Silvio Schmitz e o casal Roni e Carmen Lúcia Allgayer, em uma casa modesta.
Nos anos 1980, após abrir uma oficina mecânica na cidade com os sócios Auri Franz e Silvio Schmitz, Roni decidiu inovar. Ele e os sócios iniciaram uma fábrica de camisas para empregar as esposas. “Fabricávamos camisas para agricultores, mas eles as usavam apenas em fins de semana”, recorda Roni.
O nome Mepase surgiu da fusão das profissões de mecânico, pastor e serralheiro. Por cinco anos, a fábrica de camisas enfrentou desafios financeiros, com os sócios investindo capital das funções paralelas. Roni adquiriu a parte dos sócios, vendeu a oficina e passou a atuar integralmente no negócio. Enquanto isso, Carmen, responsável pela modelagem, desempenhou um papel fundamental para ensinar as costureiras.
Em 1990, a Mepase construiu a sede principal e investiu em máquinas, ampliando a produção. As peças criadas na fábrica conquistaram o mercado gaúcho. Em 1998, a sede foi ampliada para acolher as máquinas importadas. “É importante ter olho clínico para enxergar os defeitos”, ressalta Roni.
Em 2020, a pandemia impactou profundamente a moda brasileira e a produção de peças na Mepase. Contudo, a camisaria adaptou-se e intensificou a fabricação de uniformes, numa gestão reajustada. “Não fechamos de teimosos”, resume o empreendedor.
Com uma administração familiar, a Mepase abriu a praça no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, onde a linha de camisas masculinas plus size é forte. Segundo Roni, os filhos Maurício e Patrícia cresceram em meio às máquinas de costura e incorporaram funções importantes na organização. “Com a Patrícia no setor financeiro e o Maurício administrando os representantes, a sucessão familiar está sendo muito bem conduzida”, explica.
A confecção de camisas, calças e vestuário para empresas virou um nicho lucrativo. Hoje, das 25 mil peças mensais confeccionadas, 60% são direcionadas à moda e 40% para uniformes. “Na crise, é preciso pesquisar e se reinventar”, conclui Roni, mostrando que essa abordagem perspicaz não só elevou a produção, mas reforçou a reputação da Mepase como referência no setor de moda em todo o Vale do Taquari.
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