“Batalhamos muito para conseguir nosso espaço e a estrutura que temos aqui”. Palavras do presidente da Associação de Moradores do Verdes Vales/Universitário, Adão Nunes que, em sua visão, definem o espírito de quem vive ali: Batalhadores, unidos e apaixonados pela localidade e por transformá-la em um lugar melhor.
A história da Associação começa também com um posicionamento de Nunes. Foi em 2 de junho de 2006, ele explica, que um grupo de 60 moradores se uniu para reivindicar seus direitos. Preocupados com as demandas não atendidas, faziam pequenas reuniões até que o morador resolveu puxar a frente do movimento.
Os pedidos, naquele período, eram o asfaltamento de avenidas como Amazonas e Alberto Müller, além da rua Sabiá, que viria a ser a primeira a receber essa obra. Com o passar do tempo, iniciaram a busca por um posto de saúde, hoje acessível para toda a região. Outras demandas pontuais também foram levadas ao gabinete da prefeitura.
Nunes destaca que outras associações de moradores, como a do Loteamento dos Médicos, já existiam, mas dificilmente conseguiam abranger toda a localidade. “É um bairro grande. Mesmo que ainda não tivesse a proporção que tem hoje, ainda era difícil ter apenas uma instituição vistoriando os desejos da comunidade”.
Definido no certificado de fundação, o Verdes Vales abrange desde as avenidas Avelino Tallini e Alberto Müller até a divisa com Arroio do Meio e Carneiros. Hoje entre três e quatro mil pessoas moram ali. O nome Associação de Moradores do Verdes Vales/Universitário, conforme o presidente, faz menção ao nome do loteamento, que sempre foi este.
“Não havia nada mais justo do que continuar com esse nome marcante para que ali vivia. O Universitário está ali também porque, além de estarmos no bairro, quando outras localidades necessitam de apoio, não hesitamos em ajudar”.
Espaços de integração
O salão da comunidade, ao lado da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, é casa dos encontros da associação. A sede foi escolhida porque a construção foi fruto do esforço da população. “É um espaço bonito e amplo, além de ser uma edificação que já é da comunidade. Valorizar esses ambientes também é muito importante”.
Além das reuniões, o local e seus arredores são utilizados para encontros da comunidade. Um exemplo é a festa do vizinho, que até antes da pandemia era um evento anual aguardado pelos moradores do bairro. A expectativa é que a programação retorne ano que vem.
“É um encontro ao ar livre com trocas muito bonitas entre os vizinhos. Fazemos momentos de confraternização, almoço e deixamos livre para que os empreendedores possam divulgar seus negócios. Afinal, somos uma comunidade que apoia uns aos outros”, detalha.
A força comunitária foi fundamental para que os problemas fossem resolvidos. Ao longo dos anos, os moradores sempre auxiliaram nas ações. Esse é o espírito de quem vive aqui”
Adão Nunes, presidente da Associação de Moradores do Verdes Vales
Demandas
Localizada nas proximidades da Univates e da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Porto Novo, tem como principal demanda atual a questão do trânsito. Nunes reforça que o monitoramento nessas localidades, principalmente nos horários de pico, é fundamental para segurança de moradores, estudantes e demais frequentadores das instituições.
A necessidade da pintura de faixas de segurança e quebra-molas também é tópico. “Requisitamos ainda uma lombofaixa na esquina da rua Sabiá com a João de Barro. O espaço de circulação de carros é pequeno, mas muitos motoristas insistem em passar em alta velocidade pela rua”.
Nunes reforça que o apoio do município é sempre muito importante. Segundo ele, sempre que reivindicam algo, os pedidos são atendidos. Ao longo dos anos, o morador comenta, uma série de demandas surgiram, como construções de pracinha, academias ao ar livre, posto de saúde e outros. Todas foram atendidas. Um exemplo é o calçamento no bairro. Inicialmente, a única rua calçada era a Beija Flor. Hoje, o bairro tem uma área de cobertura de 100%.
Símbolo da comunidade
Morador do bairro há 44 anos, 24 deles na rua Sabiá, Nunes muito orgulho do crescimento da região. “Ando pelas ruas e vejo que fiz parte dessa construção. É uma sensação de pertencimento e identificação com o local que são indescritíveis. Sei o tanto que lutei, os relacionamentos que fiz e como isso auxiliou nesse desenvolvimento. Acima de tudo, prezo pelas conexões que fiz. Os moradores têm um reconhecimento e um carinho que, com certeza, é recíproco”, destaca.
Nunes assumiu a direção ainda na fundação. Até hoje no cargo, o presidente diz que pretende seguir por mais um mandato e depois passar o bastão para outra pessoa que confie e conheça. Ele afirma que sempre buscará pelo bem da comunidade, mesmo quando não estiver mais como presidente.