Moradores convivem com o barro e a poeira em avenida esquecida

Possível perimetral

Moradores convivem com o barro e a poeira em avenida esquecida

Projetada para ser uma perimetral e conectar a cidade de ponta a ponta, a Rio Grande do Norte tem um pequeno trecho asfaltado e um curto trajeto na ligação do Universitário com Carneiros. Governo admite que ampliação não é prioridade. Enquanto isso, restam as manutenções pontuais

Moradores convivem com o barro e a poeira em avenida esquecida
Trecho de chão batido apresenta buracos e, em dias de chuva, barro que incomoda moradores / Crédito: Bianca Mallmann
Lajeado

Uma via que passa por pontos estratégicos do município de Lajeado e com potencial de ser mais uma opção de ligação entre os bairros para desafogar o trânsito nas vias principais. Projetada no Plano Diretor para ser uma perimetral, a Avenida Rio Grande do Norte é um retrato do esquecimento.

Nos seus 2,1 quilômetros de extensão, diferentes cenários são encontrados no trajeto entre os bairros Universitário e Carneiros. O primeiro trecho, que conecta a avenida Alberto Pasqualini até pouco depois da esquina com a rua Humaitá, é de asfalto.

O asfaltamento de 2,4 mil metros quadrados foi executado entre março e maio de 2020. A obra fez parte de uma etapa do Programa Avançar Cidades, do governo federal, que contemplou outras vias da cidade.

Logo em seguida, existe um trecho de chão batido. Depois, uma área pavimentada, resultado do projeto de pavimentação comunitária que foi feito após o surgimento de loteamentos nos arredores. Por fim, o trecho final que liga a avenida até a rua Bento Rosa, é novamente de chão batido, com características mais rurais e a existência de propriedades de agricultores.

Esquecimento

O potencial não explorado da via e as condições de trafegabilidade desagradam os moradores da localidade. Tânia Maria Verruck, 59, reside às margens da Rio Grande do Norte desde que nasceu. A casa dela fica no trecho que não é pavimentado.

“Já foram feitas muitas promessas de asfalto para a nossa área. Estamos no aguardo para uma situação melhor, para um dia pararmos de comer poeira nessa rua”,frisa a moradora. Conforme ela, o movimento tem se tornado intenso. A via poderia ser utilizada como uma rota alternativa para os motoristas que querem desviar do trânsito pesado da Pasqualini.

Também morador da avenida, Jaime Oestreich, 39, alega que a localidade está esquecida. “É só olhar a calçada como está, virada em limo e mato. Nunca mais foi feita pintura do asfalto. A Rio Grande do Norte tem nome de avenida, mas na prática não é. Não sei qual a ideia”, reclama o morador.

Já foram feitas muitas promessas de asfalto para a nossa área. Estamos no aguardo para uma situação melhor, para um dia pararmos de comer poeira nessa rua”

Tânia Maria Verruck, moradora

Sem prioridade

Uma das ações projetadas para a avenida Rio Grande do Norte, no futuro, é a sua ampliação. A proposta já levantada é de abrir a via para atravessar a ERS-130, passando pelos bairros Campestre e Planalto, encerrando na esquina com a rua Romeu Júlio Scherer, na divisa com o bairro Igrejinha.

Conforme a secretária de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade, Cátia Berteli, a ampliação está prevista no Sistema Viário, mas não é prioridade do governo municipal do momento. “Ela será aberta conforme as glebas forem loteadas. E esses novos loteamentos já estão respeitando a previsão desta rua”, informa a secretária.

Já sobre o pedido da comunidade pela pavimentação de mais trechos da avenida, o secretário de Obras e Serviços Urbanos de Lajeado, Fabiano Bergmann, informa que o município não tem no momento um projeto para a pavimentação total do trajeto.

“O que pretendemos fazer é pavimentar por etapas, dividir em trechos. Mas não tem nada encaminhado no momento. Futuramente ela vai ser uma avenida de grande fluxo de veículos pela localização e importante via para o crescimento de Lajeado”, diz o secretário.

Ela será aberta conforme as glebas forem loteadas. E esses novos loteamentos já estão respeitando a previsão desta rua”

Cátia Berteli, secretária de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade

Manutenção

Bergmann destaca ainda a característica rural das propriedades localizadas na extensão do último trecho de chão batido no sentido bairro Universitário-Carneiros.

Sobre a manutenção pontual do pavimento nos trechos, informa que equipes trabalham nessa semana na reparação do asfalto em vias do bairro Carneiros.

“Quando o trabalho for finalizado nestes locais, a avenida Rio Grande do Norte deve ser uma das próximas a receber melhorias do asfalto, material para recuperação dos buracos, roçada e limpeza da via”, promete.

 

Crédito: Bianca Mallmann

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