Nos 30 anos de trajetória da Fernando Multimarcas, o empresário Fernando Radaelli, 51, não abre mão da estratégia de reinvestir a maior parte do lucro na própria empresa. “Se você ganha dez mil, separa quatro mil para você e o restante aplica no teu negócio. Assim, você vai ter condições de oferecer produtos novos e melhores para o teu cliente. Isso também vai gerar mais lucro para a empresa”, explica o proprietário de uma das revendas mais tradicionais de Encantado e região, que iniciou as atividades no dia 1º de janeiro de 1993.
Com duas unidades, uma na rodovia 130, ao lado do posto da Polícia Rodoviária Estadual, e outra na 129, próximo ao Trevo do Peteba, a empresa conta com mais de 200 veículos no estoque, entre automóveis e caminhões. A estrutura também tem oficinas para carros e caminhões, estufas de pintura e estofaria própria, além de veículos para locação.
São 30 colaboradores diretos. Aliás, a equipe é um dos fatores de orgulho para o empresário, que desde sempre foi apaixonado pelos carros. “Costumo afirmar que nossos funcionários são meus colegas. Se não tem uma boa equipe, não anda. Se pegar uma média de tempo de empresa do nosso pessoal dá uns 15 anos para cada um. Não gosto de revezar, nem de pegar pessoas formadas. Busco sempre a promoção interna de cargos, porque já são profissionais moldados do jeito da empresa”, explica.
Fernando é encantadense, viveu a infância no Bairro Planalto junto com seus quatro irmãos. Carrinho de lomba, bolinha de gude, brincadeiras de rua eram as diversões favoritas. Com 10 anos, perdeu o pai e saiu de casa para trabalhar com um dos irmãos, que era proprietário de lancherias de cachorro-quente. “Não gostava de estudar. Tenho o primeiro grau incompleto, mas sempre tive vontade de ter as coisas, e a certeza de que precisava ter dinheiro para sustentá-las”, afirma.
Com 20 anos, vendeu seu Chevette e a moto RD 350 para comprar sete motos. A primeira revenda instalou na garagem da casa da mãe. “Eu corria atrás do negócio, ia nas casas, insistia na venda. Tinha muita força de vontade, chegava a vender até duas motos por semana”, lembra. Em seguida, numa casa ao lado da residência da mãe, Fernando montou uma oficina de motos. Depois construiu um ‘puxadinho’ e começou a colocar carros à venda. “E assim fui evoluindo. Quando decidi fechar a tenda/bar que eu cuidava para me dedicar ao negócios das motos e carros, meus amigos diziam que não ia dar certo. Mas já conseguia lucrar uns R$ 1 mil por veículo. Era um bom dinheiro para quem estava começando”, recorda.
Quando olha para a sua trajetória como empreendedor, Fernando entende que as decisões que tomou valeram a pena. “Claro que foi muito difícil, por vezes apavorante, mas conseguimos criar uma estrutura bem montada. Gosto de investir em Encantado, porque minhas raízes estão aqui. Pretendo trabalhar até o último dia de vida, diz o marido da Angela e pai do Leonardo e da Manuela. “A Angela foi a primeira pessoa que acreditou na empresa. Quando vi, ela estava trabalhando comigo”.
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