O Universitário não é um bairro jovem, tampouco antigo. Com 40 anos de criação, possui uma história atrelada à Univates, desde os tempos em que sequer existia essa nomenclatura. Em quatro décadas, o crescimento exponencial da instituição de ensino transformou a realidade local. Deixou de ser uma área pouco habitada e distante do Centro para uma das áreas mais valorizadas da cidade. Hoje, é possível dizer que existe uma certa autonomia, visto a presença de estabelecimentos comerciais e alguns serviços. Sem contar os condomínios residenciais e a proximidade com o “novo Centro”, no São Cristóvão. É um bairro com vida própria, mas ainda atrelado à instituição que o originou.
Protagonismo em meio à crise
A Univates (e outras universidades comunitárias do RS) enfrenta há alguns anos a queda no número de alunos matriculados nos cursos presenciais. Uma dura realidade para quem se tornou um símbolo do desenvolvimento regional. Até por isso, surgiram discussões na cidade sobre uma suposta “ociosidade” no campus. A enchente do Rio Taquari, no entanto, mostrou a importância da instituição, que tem papel fundamental na reconstrução do Vale. Um protagonismo que deve ser mais valorizado pela comunidade.
Perimetral esquecida
Pavimentada parcialmente em 2020, com recursos federais, a avenida Rio Grande do Norte foi pensada, originalmente, como uma perimetral para conectar diferentes bairros de Lajeado, passando pela ERS-130. O próprio mapa do Sistema Viário, anexo ao Plano Diretor, prevê essa ligação. No entanto, é uma proposta que parece longe da consolidação. Há pequenos trechos abertos no próprio Universitário em direção a Carneiros (já com estrada de chão) e no Campestre. Seria uma alternativa interessante frente ao fluxo pesado de veículos em outras vias. Mas são apenas projeções.
Solução e problema
No quesito mobilidade, o futuro do Universitário exige projetos bem estruturados. A avenida Senador Alberto Pasqualini representa um gargalo antigo e, com a provável construção da nova ponte sobre o Rio Forqueta, o aumento no fluxo de veículos será inevitável. Uma nova alternativa para se deslocar a Arroio do Meio deve impactar diretamente na rotina da população. Não podemos criar um novo problema a partir de uma solução.
Medo das inundações
Uma pequena parte do Universitário foi castigada pela enchente histórica de setembro. Ainda assim, o suficiente para deixar traumas em muitos moradores. As imagens da água quase alcançando a Ponte de Ferro são assustadoras, bem como do avanço do Forqueta sobre moradias de um condomínio residencial. Com as inundações recentes em outubro (ainda que menores), o medo é permanente.
DAS RUAS
– É pouco provável que a câmara de vereadores vote o projeto de lei que cria a Guarda Municipal ainda este ano. A temática esfriou após a enchente e perdeu apoio dentro do Legislativo. Mais improvável ainda é que a proposta seja colocada em discussão em 2024, ano eleitoral. Ou seja, pode ficar apenas para próximo prefeito ou prefeita.
– A possibilidade de supressão dos belos ipês da Avenida Alberto Müller causou rebuliço na cidade. O documento protocolado pela RGE pegou de surpresa gestores públicos e a comunidade. A reação não poderia ser outra se não a contrariedade. No mesmo dia em que o pedido da concessionária foi tornado público, o prefeito foi enfático ao afirmar: “os Ipês ficam onde estão”. Ainda bem.
– Demanda antiga de moradores e também levantada por vereadores, o ginásio do bairro Floresta será ampliado. A licitação foi aberta pelo governo municipal e a empresa vencedora deve ser conhecida ainda este mês. O investimento estimado é de R$ 166,3 mil.
– Avançam as obras da nova faixa da Pedro Theobaldo Breidenbach, estrada principal do bairro Conventos. Quem circula pelo antigo trecho de rodovia estadual já percebe as modificações. Esta é a primeira etapa da construção da pista dupla, que inclui reformulação nas bocas de lobo e sistema de drenagem, construção de calçada de passeio e alargamento.
– Por outro lado, a Bento Rosa segue precária em direção ao bairro Carneiros. Buracos tomam conta da pista e não são poucos os relatos de motoristas que foram surpreendidos com as “crateras”. É um trecho importante para o desenvolvimento do município, mas que carece de um olhar mais estratégico. Do contrário, a “Rota da Inovação” cairá no esquecimento.