Prefeitos esgotados (e sem recursos)

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Prefeitos esgotados (e sem recursos)

Amilton Fontana (MDB) demonstra receio com o futuro da política em Roca Sales. Para ele, será difícil encontrar líderes dispostos a assumir determinadas funções. Em entrevista ao programa Frente e Verso, ontem, parecia querer distância do cargo de prefeito ocupado desde janeiro de 2017. Tamanha a mágoa e o peso acumulado nas últimas sete semanas.” Na cidade dele, foram registradas 15 mortes e ainda há uma pessoa desaparecida. E praticamente todo o comércio foi atingido, assim como indústrias, escolas, prefeitura, câmara, postos de saúde, hospital e centenas de residências. Quase dois meses após a tragédia, e o cenário ainda é de destruição em diversos pontos. Há entulho por todos os cantos.

Se não é resquício da enchente, é caliça das obras e reformas. Diante do quadro, e da inexplicável demora no envio de mais recursos por parte do Estado e da União para devolver dignidade e emprego às pessoas, a comunidade local está pra lá de impaciente. E tudo isso recaí diretamente sobre o colo do gestor. O mesmo é verificado em outros municípios, com destaque para Cruzeiro do Sul. Nessas duas cidades, especialmente, os dois prefeitos atuam sob tensão permanente e acima do tolerável. São acusados, inclusive, de desviar recursos que sequer chegaram aos cofres municipais – Fontana já registrou Boletins de Ocorrência, inclusive. Eles estão esgotados. E isso é muito sério.

Banco Mundial, BRDE e o alento

Quase dois meses após a tragédia, um novo alento. A comitiva do Banco Mundial e do BRDE visitou o Vale do Taquari ontem e as expectativas são promissoras. Por meio da linha de crédito Sul Resiliente, há cerca de R$ 500 milhões de reais disponíveis para contratação com o BRDE e os beneficiários são os municípios localizados na região sul. São itens financiáveis: Obras de infraestrutura para prevenir e/ou mitigar os impactos de desastres naturais e riscos climáticos, com foco em inundações, alagamentos, deslizamentos de terra e outros processos de erosão.

Os investimentos podem incluir parques urbanos e lineares; sistemas de macro e microdrenagem e soluções integradas de gestão de água urbana para permitir armazenamento, retenção e infiltração; dragagem; estabilização de encostas; proteção das margens dos rios; construção e/ou reabilitação de estradas urbanas e rurais; requalificação urbana geral; soluções habitacionais para o reassentamento de famílias; planos de contingência; e, não menos importante, treinamento para funcionários municipais e aquisição de sistemas e/ou equipamentos para monitoramento de riscos naturais, sistemas de alerta precoce, resposta a emergências, defesa civil e equipamentos de proteção.

Uma equipe de trabalho do BRDE vai receber os prefeitos para alinhamentos. E o vice-presidente e diretor de operações do banco regional, Ranolfo Vieira Júnior, retorna ao Vale do Taquari em novembro para apresentar ainda mais possibilidades à região.

Sete candidatos?

Há quem aposte em uma nova eleição com sete candidatos em Estrela. Em 2020, os postulantes eram Elmar Schneider (à época no PTB e hoje no MDB), Valmor Griebeler (à época no PL e hoje no Republicanos), Comandante César (à época no MDB e hoje no PL), Eduardo Wagner (à época no PSL), Policial Diego de Castro (à época no no DEM e hoje no PL), Denise Goulart (PT) e Paulo Argeu Fernandes (PDT). Para o pleito de 2024, as apostas – por ora – apontam para os seguintes pré-candidatos: Elmar Schneider, Valmor Griebeler, Carine Schwingel (União Brasil), João Braun (PP), Jair Wermann (Novo), Denise Goulart e Renato Horn (PSB). E tem quem acredite na candidatura do ex-prefeito Rafael Mallmann (União Brasil) – no lugar da esposa, Carine – e, também, do ex-vereador Pastor José Alves (Podemos).

Novo em Estrela

Presidente da Apae de Estrela, José Jair Wermann confirmou filiação ao Partido Novo. Nas redes sociais, ele postou uma foto ao lado do deputado federal Marcel Van Hatten (Novo), e anunciou a decisão de ingressar na sigla de cor laranja. Aos 61 anos, ele dedicou 22 anos à carreira de perito criminal da Polícia Federal e outros 19 anos ao setor privado. A partir de agora, quer participar de forma mais efetiva das decisões políticas do município e, não por menos, já é cotado como um novo pré-candidato a prefeito. “Já faço trabalho voluntário, mas, acredito poder fazer ainda mais”, escreve ele. “Optei pelo novo porque acredito que é necessário pôr fim aos privilégios e mordomias com o dinheiro público, bem como tenho em mente ser necessário um combate permanente à corrupção e à impunidade. E o Novo tem como bandeiras, entre outros, estes objetivos”, conclui.

PT em Teutônia

O Partido dos Trabalhadores (PT) reuniu o diretório em Teutônia e decidiu lançar pré-candidatura própria à majoritária. E o nome escolhido para representar a sigla do presidente da República é o médico Carlos Renato Dreyer. E ele deve enfrentar Celso Forneck (PDT), Jonatan Brönstrup (PSDB) e Renato Altmann (PSD).

 

 

 

 

 

TIRO CURTO

  • Vereadora em Cruzeiro do Sul e presidente da Associação dos Vereadores do Vale do Taquari (Amat), Daiani Maria (MDB) não poupou sequer os colegas emedebistas durante entrevista concedida ontem ao programa Vale em Pauta. Assim como os prefeitos de Estrela e Roca Sales, ela cobrou mais empenho dos agentes públicos estaduais. Inclusive do vice-governador, Gabriel Souza. “Esqueceram nossos telefones”, esbravejou.
  • Em Arroio do Meio, os apostadores observam para a possível troca de sigla – em 2024 – por parte de ao menos um vereador. Mas pode haver mais casos, é claro.
  • Ana da Apama (MDB) protocolou nesta semana um projeto de lei que “assegura prioridade na distribuição de vagas nas escolas municipais, escolas credenciadas pelo município e Projetos Vida para os filhos de mães solo”. Na semana passada, o colega dela, Carlos Ranzi (MDB), concedeu entrevista ao Frente e Verso sobre a lista de espera. E abordou o tema das mães solos.
  • O governo de Estrela vai abrir licitação para melhor equipar a Defesa Civil Municipal. Um movimento necessário. E, entre as prováveis compras estudadas pelo Gabinete de Segurança Pública, uma moto aquática (jet sky) com capacidade para até três pessoas, um drone profissional, e um barco em fibra de vidro.

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