“O nosso propósito é a customização, ou seja, a comercialização de produtos especiais conforme as necessidades de cada empresa”. A afirmação é de Aldo Luiz Tremea, 56, sócio-proprietário da Agraz Refrigeração, empresa que comemora, neste mês de outubro, 22 anos de atividades. A estrutura localizada às margens da rodovia 129, no bairro Pinheirinho, em Encantado, conta com uma equipe de 104 colaboradores. Especializada na fabricação de trocadores de calor para os segmentos da cadeia do frio, a marca Agraz abrange todo território nacional. Ao lado de Aldo, está o sócio Roque Luiz Malaggi, 66, contador de formação e diretor do Escritório de Contabilidade Malaggi.
Aliás, a parceria entre as duas famílias foi fundamental para o surgimento da Agraz. Antes mesmo de Aldo ter a ideia de criar a indústria, a relação profissional já estava consolidada, uma vez que o escritório Malaggi era o responsável por cuidar da área contábil das empresas de Aldo. “Essa relação de confiança, lisura, seriedade e profissionalismo nos propiciou constituir uma sociedade bem feita”, revela Aldo, que hoje está à frente da área executiva da Agraz, enquanto Roque se concentra no financeiro. “Confesso que resisti uns meses para aceitar a proposta. Recém havia saído do banco para ajudar a minha esposa, a Marinês, a cuidar do escritório. Mas ele foi insistente e acabou me convencendo”, lembra Roque.
A vocação de Aldo para empreender vem da infância em Anta Gorda, por influência da mãe, dona de casa. “Ela foi a responsável por me colocar no comércio. Com 6 anos, eu acompanhava meus irmãos na entrega do leite, na venda da puína (ricota) e do queijo. Ela também me ensinou a filosofia do compartilhamento, de agregar as pessoas. Foi a base da minha história”, conta o empresário, que recorda com o orgulho da primeira indústria que montou: uma fábrica de bodoques. “A minha meta era vender três bodoques para no domingo poder comprar um sonho e uma pepsi cola. Aprendi a ter metas e resultados”. O pai era funcionário do posto da Cosuel, no município. A família de seis filhos (Aldo é o caçula) tirava o sustento na pequena propriedade, com a criação de vacas de leite e o cultivo de alimentos.
Aos 18 anos, ele foi contratado como vendedor externo de uma loja de material de construção e, mais tarde, decidiu empreender por conta própria. “Com 19 anos comecei a construir uma sala comercial e entrei no ramo de móveis e eletrodomésticos”, diz Aldo, que chegou a administrar lojas em Anta Gorda, Lajeado e Arroio do Meio.
A inspiração para iniciar a Agraz surgiu por intermédio do irmão, Pedro Tremea, que trabalhava com indústria de refrigeração e relatava a dificuldade que havia no mercado para adquirir trocadores de calor. Mesmo sem ter conhecimento do setor, Aldo alimentou a ideia de abrir um negócio no ramo industrial. “A minha esposa, a Adriane, me deu força, só disse que eu precisava de um sócio. E aí surgiu o convite ao Roque”, lembra o pai de Heitor, 29, e Luiz Antônio, 23.
Superadas duas décadas de história, os empresários projetam a expansão da Agraz, com a modernização das máquinas e a busca de novos mercados e tecnologias. “A indústria é uma eterna criança, tem que dar o alimento certo, na hora certa, para ela crescer sadia e forte”, comenta Roque. “Eu sou indústria, mas amo o comércio. Para empreender precisa ter persistência e metas bem estabelecidas”, acrescenta Aldo.
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