Projeto RUMO forma jovens e mira na requalificação

FUTURO DO TRABALHO

Projeto RUMO forma jovens e mira na requalificação

Primeira turma, com 17 alunos, recebe certificados na segunda-feira, 23, no auditório do Tecnovates. Nova etapa inclui pesquisa sobre pertencimento e entendimento dos trabalhadores sobre profissionalização

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Alunos visitaram empresas da região, como Univates, Tomasi Logística, Centro Empresarial de Inovação, Tecnologia e Qualificação (Ceiteq) de Estrela, Metalúrgica Hassmann e Construtora Diamond / Crédito: Arquivo A Hora

Projeto RUMO forma jovens e mira na requalificação
Alunos visitaram empresas da região, como Univates, Tomasi Logística, Centro Empresarial de Inovação, Tecnologia e Qualificação (Ceiteq) de Estrela, Metalúrgica Hassmann e Construtora Diamond / Crédito: Arquivo A Hora
Vale do Taquari

Marcada para a próxima segunda-feira, 23 de outubro, a formatura da primeira turma do projeto RUMO – O futuro da mão de obra na região – se aproxima. Desde maio, 20 alunos do Ensino Médio de escolas públicas de Lajeado e Estrela participaram de encontros para a formação profissional. Desses, 17 estudantes passam pela cerimônia de conclusão, às 19h30min, no auditório do Tecnovates.

Ao longo de 20 aulas, às segundas-feiras à tarde, na Faculdade La Salle, em Estrela, os jovens aprenderam sobre comunicação, comprometimento, controle emocional e ética. Também visitaram empresas da região, como Tomasi Logística, Centro Empresarial de Inovação, Tecnologia e Qualificação (Ceiteq) de Estrela e Univates.

O último encontro, no dia 9 de outubro, foi de revisão e organização da formatura. Os estudantes iniciaram a tarde com uma retomada dos tópicos aprendidos no decorrer das aulas, e passaram por um teste sobre os conhecimentos. Após, ajustaram como será o momento de conclusão.

O evento contará com falas do coordenador do projeto e professor responsável, Fabiano Conte e também da direção do Grupo A Hora. Além disso, três alunos selecionados pela turma como oradores serão responsáveis por conduzir as falas finais.

 

Experiências e evoluções

Entre os selecionados, está Thueicy Soares, 18. A estudante vê a escolha como fruto das conexões feitas no programa. Diz ser uma oportunidade essencial para o seu crescimento. Para ela, o curso foi uma experiência melhor do que o esperado.

“Aprendi muito em cada encontro. Levo comigo conhecimentos que vão além do mercado de trabalho, foi uma jornada de autoconhecimento e evolução”. Ela afirma que passou a ser mais comunicativa, além de entender como agir no ambiente profissional. Para Thueicy, aprendizados sobre educação financeira e legislação foram os destaques.

O projeto me marcou muito. Fiz amizades, melhorei minhas habilidades de comunicação, passei a entender mais de mim e de como agir no ambiente de trabalho. Acima de tudo, foi muito bom ver a evolução conjunta do grupo”

Thueicy Soares, estudante

Em relação à turma, percebe uma mudança positiva entre o início e final do curso. É mais dinâmico, explica, os colegas completam as falas um dos outros e aqueles que eram mais tímidos e introvertidos, de alguma forma, conseguiram se abrir.

Também oradora, Daniély Vitória Schwambach, 17, comenta que o projeto abriu portas para o futuro, além de possibilitar trocas com empresas importantes e profissionais experientes. “Tudo vai ser aproveitado. Desde o mais básico, como montar um currículo, se apresentar numa entrevista de emprego e se comunicar, até o cuidado com a legislação trabalhista”.

Pedro Filipe Hoper, 20, também foi selecionado. “Fiquei surpreso com a escolha, estou nervoso, não vou negar, mas o Rumo me ensinou a enfrentar isso e quebrar as barreiras”. Segundo o estudante, a comunicação sempre foi uma dificuldade, mas, com a iniciativa, conseguiu evoluir. Agora, o desejo é continuar se desenvolvendo e trabalhando essas questões.

O Rumo teve grande impacto nas minhas habilidades de comunicação. É uma experiência necessária para todos os jovens que, de alguma forma, queiram evoluir e conhecer mais sobre o mercado de trabalho”

Pedro Filipe Hoper, estudante

Encerrando o ciclo

Segurança para o futuro. Essa é a definição do projeto nas palavras de Matheus Dias Ribeiro, 16. Para ele, a experiência trouxe oportunidades de conhecer e se preparar para o mercado de trabalho, além de ter um grande impacto no seu espírito de grupo. Agora, aponta, reconhece a importância de trabalhar em equipe para o sucesso nas tarefas, até mesmo na própria sala de aula, enquanto não ingressa no ramo profissional.

O estudante afirma estar feliz pelos colegas escolhidos. “Estou ansioso para ouvir as falas e, acima de tudo, passar por esse momento com meus colegas”, frisa. Após as falas, todos os formandos receberão certificados de participação e terão no currículo a participação no projeto Rumo.

Nesse primeiro momento, os currículos dos formandos serão disponibilizados às empresas parceiras, antes de serem introduzidos de fato ao mercado de trabalho, caso as companhias desejem contratar algum dos estudantes.

 

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora, Fernando Weiss, em fala no congresso ADI-Multimídia / Crédito: Felipe Neitzke

Projeto destaque

No último sábado, 14, o programa “O futuro da mão de obra no Vale do Taquari/Escola de formação”, conhecido como “Rumo”, recebeu o primeiro lugar na categoria Excelência em Gestão 2023 no congresso da Associação dos Grupos Regionais de Comunicação do RS (ADI-Multimídia) deste ano.

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora, Fernando Weiss reforça que a premiação mostra que o projeto é um grande acerto institucional e regional. Para ele, o reconhecimento fortalece a convicção de que iniciativas como essa precisam ser ampliadas. O Rumo, segundo ele, é o retrato do que ocorre quando se mantém o debate sobre o assunto aceso.

“Nós, como grupo de comunicação, vimos a falta de mão de obra capacitada e nos questionamos o que poderia ser feito, além de reproduzir a queixa, para mudar o cenário e contribuir na formação de pessoas”.
Ele diz que capacitar a mão de obra é algo ininterrupto. “Estamos vivendo um processo de mudança de comportamento do como fazer e ser, principalmente por conta da transformação tecnológica. Não podemos tirar de vista essa necessidade de evoluir”, destaca.

Para a próxima etapa do projeto, uma nova seleção de alunos será feita e a atuação no jornal, rádio e meio digital continuará. Segundo Weiss, o Rumo está atento aos movimentos da sociedade e, ao longo do tempo, pode se adaptar às necessidades que o mercado impõe. “Não é uma caixa fechada, mas maleável ao ambiente em que se aplica”, reforça.

 

Diretor de conteúdo do A Hora, Rodrigo Martini, presidente da ADI, Ricardo Silberschlag e o professor do projeto Fabiano Conte / Crédito: Felipe Neitzke

Apoio externo e reconhecimento

“Olhar para os jovens é o futuro do mercado. São eles que vão movimentar as empresas e, por isso, cada vez mais, precisamos dessa mão de obra qualificada”. Diretora administrativa da Dale Carnegie, Beatriz Vieira reforça a importância de investir no desenvolvimento desse público.

Segundo Beatriz, o projeto vai ao encontro dos valores da empresa, principalmente no âmbito de desenvolvimento pessoal. “Olhar além do ensino técnico, em atividades comportamentais e de gestão emocional auxilia no ganho de tempo da companhia. As expectativas se alinham de forma mais prática”, frisa.

Com uma perspectiva semelhante, coordenador de Trabalho, Inovação e Desenvolvimento do Governo de Estrela, Daniel da Silva afirma que é gratificante contribuir na construção profissional desses jovens, auxiliando a despertar neles o anseio pela vida profissional.

“Notamos que o projeto mostra um mundo de oportunidades e caminhos para o sucesso profissional. Acima disso, percebemos que esse movimento ajuda na criação de novos ecossistemas de network para que jovens troquem experiências e se encontrem na vida profissional”. Para ele, o Rumo deixa uma marca positiva na região.


FASES DO PROJETO

1 – A proposta do Grupo A Hora começou com uma pesquisa com 600 estudantes de Ensino Médio e mais de 200 empresários de diferentes ramos da região. O levantamento revelou uma lacuna entre a necessidade dos empregadores e as expectativas dos jovens, as carências das empresas em termos de profissionais e os conhecimentos mais esperados pelas companhias. A apuração foi feita em 2022 pela empresa Macrovisão.

2 – Os resultados foram apresentados em seminário no dia 2 de maio e, a partir da pesquisa, uma série de matérias e análises foram feitas.

3 – Com os dados em mão, um processo de sensibilização passou a ser feito. O objetivo era trazer à tona o tema e conscientizar empresas e empresários sobre a necessidade de treinar e capacitar a mão de obra dos jovens. A divulgação foi feita por meio de matérias para o jornal impresso e digital, além do espaço na rádio.

4 – Em 2022, houve a criação da Escola de Formação do Rumo, quando 20 alunos passaram pelo processo de preparação para o mercado de trabalho. Dezessete se formaram. O foco do projeto foi o trabalho na área, que grande parte das empresas não têm tempo de fazer: questões de iniciativa como liderança, comunicação, responsabilidade e proatividade. Visitas técnicas e assuntos sobre legislação trabalhista, contabilidade, como montar um currículo e como se portar no ambiente de trabalho também foram abordados.

5 – Com o encerramento da primeira turma, o projeto entra numa nova fase. Agora, outra pesquisa inicia. Dessa vez, as ações se voltam ao pertencimento e entendimento dos trabalhadores sobre profissionalização.

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