Governo encaminha projeto para possibilitar alargamento de vias

Infraestrutura urbana

Governo encaminha projeto para possibilitar alargamento de vias

Nova lei adota modelo inspirado em outras cidades, com regras para ressarcimento das faixas aos proprietários de imóveis ou terrenos, que terão compensação no direito de construir

Governo encaminha projeto para possibilitar alargamento de vias
Trecho da Benjamin Constant, no bairro Montanha, está entre as prioridades do município para alargamento / Crédito: Mateus Souza
Lajeado

Com o aval do prefeito, o projeto de lei que abre possibilidade para alargamento de ruas e avenidas na cidade foi protocolado na câmara de vereadores. Elaborada em conjunto com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscom-VT), a proposta foi inspirada em legislações de outras cidades.

Na prática, o projeto incentiva o proprietário de imóvel a destinar a faixa necessária à obra na via e, em troca, o autoriza a exercer, no seu lote ou em outro local, o direito de construir. Também pode usufruir de benefícios, como a isenção da incidência de contribuição de melhoria pelo alargamento, bem como do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) da área remanescente por cinco anos.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, André Bücker, salienta que o objetivo é a proposta ser interessante tanto ao proprietário quanto às possíveis compradoras do índice de construção. “Podemos, assim, evitar a judicialização. A ideia é que seja um processo mais rápido e não gere dificuldades ao município”, frisa.

Segundo o secretário, boa parte dos imóveis do município já possuem, na matrícula, a projeção do recuo nessas vias com possibilidade de alargamento. “Não é uma surpresa. É algo que talvez já saibam que vai acontecer, mas não há um período definido. Então, esse projeto olha para a frente, quando começar a fluir”.

Exemplo da capital

Uma das inspirações para este projeto está na legislação que possibilitou o alargamento das vias que compõem a Terceira Perimetral, em Porto Alegre. As tratativas para conhecer o modelo adotado na capital gaúcha iniciaram ainda quando Giancarlo Bervian estava à frente da Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade (Seplan).

“Nós conversamos com o pessoal que esteve envolvido neste projeto, que participaram do ajuste, da desapropriação e dos acordos. Buscamos entender um pouco como foi a logística. É uma conversa que vem de mais tempo, antes tocada pela Seplan. Tendo a lei, será um bom indicativo para que o município possa agir de maneira mais rápida”, lembra Bücker.

Lei maior

Vice-presidente do Sinduscom-VT, Daniel Bergesch liderou as reuniões com empreendedores do setor. Segundo ele, a implantação da chamada Transferência do Direito de Construir está prevista desde a aprovação do Plano Diretor, em 2020. Porém, neste momento o Executivo optou por uma legislação menos ampla, a fim de buscar uma solução viável ao alargamento das vias.

“O plano prevê a necessidade dessa legislação. O projeto que é apresentado agora é uma espécie de protótipo, que fala da aplicação de índices nessas regiões para cumprir com um outro objetivo. Depois, esperamos que venha a lei mais completa”, frisa Bergesch.

Ele explica que o futuro projeto servirá para aplicação em qualquer terreno que esteja nas zonas 1 e 2 do Plano Diretor. “O município poderia simplesmente indenizar esses proprietários e atribuir o valor na Justiça e acabou. Mas estamos querendo criar algo mais atrativo”.

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