Casa Bertozzi é a loja da família há 84 anos

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Casa Bertozzi é a loja da família há 84 anos

Uma das mais tradicionais empresas de Encantado chega à terceira geração

Casa Bertozzi é a loja da família há 84 anos
Com 17 anos, Salete começou a trabalhar como balconista da Bertozzi (Foto: Diogo Fedrizzi)
Encantado

“A Bertozzi é uma loja familiar. Os clientes se tornam amigos da gente. É uma relação construída desde a fundação”. A afirmação é da empresária Salete Maria Gelatti Bertozzi, diretora da Casa Bertozzi, um dos estabelecimentos comerciais mais tradicionais de Encantado, que abriu as portas em 1939.

As origens remontam ao período de produção artesanal de calçados, confeccionados sob encomenda pelo fundador Reinoldo Bertozzi. Anos depois, quando os filhos Nereu e Edson se inseriram na empresa, começou a venda de calçados prontos, além de roupas e artigos de cama, mesa e banho. A atual estrutura conta com uma equipe de 18 colaboradores e o prédio se localiza na rua Júlio de Castilhos, no coração da cidade.

Salete nasceu no centro de Encantado. A casa dos pais ficava no final da rua Júlio de Castilhos e o avô era proprietário de um bar e de uma churrascaria. Ela passou a infância na cidade até os 11 anos, depois morou em Santa Catarina e retornou para a terra natal em 1981. Com 17 anos, começou a procurar emprego. “Eu fui comprar uma sandália na Casa Bertozzi, que era administrada pelo Seu Reinoldo, e aproveitei para pedir uma chance para ser balconista. Ele me perguntou o nome dos pais e prometeu dar retorno na outra semana. E deu certo. Foi meu primeiro trabalho”, conta Salete, que ainda hoje guarda com carinho a oportunidade.”Fiquei feliz da vida. Era o início da minha caminhada, poder receber o primeiro salário e conseguir ajudar meus pais”.

A trajetória da empresária foi de constante evolução e aprendizado. Já nos primeiros meses de trabalho, era comum ser solicitada por Nereu, responsável pelo setor de compras, para opinar sobre os calçados que ela considerava os “mais bonitos” para serem adquiridos. Mais tarde, assumiu a função de caixa. “Eu sempre gostei de conversar com os clientes. A gente vendia bastante crediário. Formava-se aquela fila de pessoas pagando. Amava o que fazia”, conta Salete, que anos depois se casou com Nereu. “Ele demorou 13 anos para se declarar para mim. Tudo o que sei hoje, devo a ele. Me ensinou muito. Sempre me alertava: ‘temos que comprar mercadorias conforme o gosto do cliente que entra na loja, não pelo nosso gosto pessoal'”, recorda. O casal tem dois filhos: Letícia, 26, advogada, e Ivan, 24, que faz parte da terceira geração, já com responsabilidades ligadas ao plano de sucessão, principalmente, na organização das vendas on-line. (Nereu faleceu em setembro deste ano. A entrevista com Salete foi gravada em agosto).

Assumir a direção da Casa Bertozzi e adquirir funções de liderança foi desafiador para Salete, que até então estava acostumada a ficar mais perto dos clientes. “O meu cunhado Edson me ajuda muito com ideias. E quando posso procuro dar minhas escapadas pela loja para conversar com as pessoas. Isso me faz muito bem. O comércio muda todo dia, sempre tem novidades. O segredo é trabalhar, ser honesto e ter amor pelo que a gente faz”, conclui.

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