Os danos estruturais no prédio do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco obrigaram o governo gaúcho a transferir os 893 estudantes. A partir de convênio com a Univates, as aulas para 37 turmas foram levadas à universidade.
A data limite estabelecida para presença da instituição pública foi até 31 de dezembro. Com todos os custos, o valor máximo desembolsado pelo Executivo do RS por mês alcança R$ 832,4 mil. Ainda que a enchente dos dias 4 e 5 de setembro tenham acelerado a mudança, o problema central na estrutura do Castelinho está no telhado.
Faz pelo menos uma década que o projeto à reforma tramita dentro do Estado. O investimento, confirmado no primeiro semestre deste ano, teve a licitação homologada. A tendência é de início das obras até o fim de outubro, afirma a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
Serão cinco meses de intervenção, com troca de toda a cobertura, assoalho do último pavimento, além da troca na fiação elétrica. O valor se aproxima dos R$ 1,4 milhão. A vencedora da concorrência é a empresa 4D, de Encantado.
No primeiro piso, onde a água alcançou quase dois metros, os reparos necessários verificados pela Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), apontam um custo de R$ 165 mil. Ainda não há definição de quando essa etapa será feita.
As aulas do Castelo Branco recomeçaram na semana passada, dia 25 de setembro. Serão pouco mais de três meses de “aluguel”. O dispêndio de recursos do Estado neste período supera os R$ 2,4 milhões (confira ao lado).
Nesse total entram o uso dos prédios, alimentação (duas refeições por aluno em cada turno) e o transporte (foi considerado apenas os que solicitaram passagens para Univates. Cerca de 370 já se deslocavam de ônibus até o colégio, por meio do cartão eletrônico).
Custo operacional
De acordo com a gerente da área de Relações Institucionais, Cintia Agostini, o acordo para uso do complexo da universidade foi feito para garantir o custeio operacional. “A Univates não está tendo lucro. Não é um negócio. Garantimos o uso dos espaços por um tempo, enquanto ocorre a reforma.”
Foram reorganizadas atividades desenvolvidas nos prédios 4, 3 e 7 para receber os alunos. No recorte, a infraestrutura representa R$ 98,4 mil/mês.
O principal gasto é com alimentação. A Univates fez o acordo com um restaurante e repassa todo o valor recebido à empresa. São duas refeições por aluno, em um total de R$ 659,9 mil/mês. O contrato garante uma almoço ou janta, mais um lanche.
Elogio dos alunos
Conhecer o campus, ter mais proximidade com os cursos técnicos e superiores, além de estar em um ambiente aberto, sem muros, com mais liberdade para circular, são aspectos positivos apontados pelos estudantes.
Em vias de sair do Ensino Médio, Eduardo Ribeiro Mohr, e Fernando Nunes Cavalheiro (ambos com 18 anos), enaltecem a experiência como positiva. “Conseguimos saber um pouco mais como pode ser a próxima etapa. De como é o ambiente em uma faculdade”, diz Mohr.
O colega concorda. Para Cavalheiro, destaca os locais para convívio. A parte dos lagos é um dos lugares preferidos da turma. “Todos gostaram muito de vir para cá”.
Pedidos atendidos
Para a diretora do Castelinho, Jurema de Oliveira, algo que tem sido muito conversado com as turmas é o fato de ter liberdade mas com disciplina. Para ela, os alunos terem autonomia é importante.
Com relação à estrutura, Jurema elogia as condições oferecidas. Tanto a universidade quanto o Estado e à 3ª CRE auxiliam na adaptação. “Em nenhum momento ficamos desassistidos. Nossos pedidos são atendidos.”