Quem já viveu algum tempo na fronteira conhece a expressão. ¨Chibeiros¨ são pequenos contrabandistas que levam ou trazem mercadorias de um lado pro outro, conforme ¨vareia¨ os preços e o câmbio relativo, entre Brasil e Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Perú, etc. Lá pras bandas de Aceguá, em Bagé, tinha até uma história folclórica, que não sei se é verdade.
Uma velhinha cruzava a fronteira uma vez por mês de bicicleta com um botijão de gás na garupa. Os fiscais desconfiavam que ela fazia contrabando de botijões de gás, mas nunca conseguiram provar, porque o botijão era sempre o mesmo.
Na real, o que a velhinha fazia prá ajudar a garantir o sustento da humilde família era contrabando de bicicletas…
E eu pergunto: mesmo percebendo isso, tu ía fiscalizar e apreender? Ou faria ¨cara de paisagem¨, fazendo de conta que não viu?
Lá pras bandas de São Borja hoje a farinha de trigo de ¨grano duro¨, no capricho, está custando apenas 40 pilas o saco de dois quilos e meio, em função da conversão de um Real ¨brasileño¨ valer mais que 150 ¨Pesos¨ argentinos. Vai longe os tempos em que era apenas 10 por um…
E em épocas de cheias nos rios de fronteira o ¨chibo¨ costumava prosperar, de um lado e de outro. Pode não ser muito diferente temporariamente até aqui pelas bandas do Taquari.
VIVÊNCIAS…
Circulando bastante por esse mundo de Deus e com várias vivências meio dramáticas já acumuladas, fico me perguntado: qual o sítio geográfico/geológico/logístico/ecológico ideal prá se construir uma cidade, ou uma casa que seja, partindo do zero? Será que existe algum lugar sem riscos potenciais, mesmo deletando todo o passado histórico?
FISHING EXPEDITION
A expressão ainda é pouco conhecida por aqui, mas não vai demorar muito pra ficar famosa, pelo menos em muitas redes sociais mais esclarecidas.
É tipo assim tu ir pescar no Taquari, mas só estar interessado e focado em pegar um determinado peixe. Se pegar uma piava, um dourado, um jundiá ou algum pintado, jogue fora. Se não tem um determinado CPF específico, não interessa, é carta fora do baralho, como diz o meu Cumpádi Belarmino. É nisso que tá virado o trabalho de determinados altos togados, que mais parecem meros pescadores seletivos do rio Taquari? Primeiro se define um suposto criminoso e depois se arranja um crime?
ANÚNCIOS DESCLASSIFICADOS
Troco um poncho esfarrapado por uma toga chique, pago a diferença.
SAIDEIRA 1
Conversa da nona com o nôno:
– Tô com medo de engordar muito…
– Beba mais vinho!
– Vai emagrecer?
– Non, mas vai tirar o medo.
SAIDEIRA 2
Neto com a nona:
– O nôno fugiu de casa com uma amante!
– Tem coisa pior…
– O que pode ser pior, vó?
– Ele voltar…
No andar da carroça as melancias se ajeitam.
Cumpádi Belarmino
