O governo federal desembarca nesta quinta-feira no Vale do Taquari. A comitiva é formada pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, quatro ministros, diversos secretários nacionais, equipes técnicas e diretores de órgãos federais. Entre esses, o BNDES, o Banco do Brasil, a Conab, a Defesa Civil Nacional e a Agência Nacional de Águas. Uma agenda muito bem articulada pelo ex-prefeito de Taquari, ex-presidente da Famurs, e atual Secretário Institucional da Secom, Maneco Hassen (PT). Aliás, é a segunda agenda de ministros orquestrada com o auxílio dele. Um movimento fundamental à reconstrução das cidades e localidades mais atingidas pela tragédia do início do mês. E, desta vez, com o anúncio da constituição de um “Espaço do Governo Federal” no terceiro andar da CEF, no centro de Lajeado. Um local para acelerar as demandas regionais e fugir do excesso de burocracia, a exemplo do QG montado pelo governo estadual na prefeitura de Encantado.
Estratégia para 2024
O vereador Sérgio Kniphoff (PT) é pré-candidato a prefeito de Lajeado. É um desejo antigo. E a possibilidade de concorrer nunca esteve tão próxima. Pediatra de formação e atuação, ele sempre foi envolvido com coletivos sociais e não trocou de bandeira nos momentos mais turbulentos do PT nacional. Após tantos anos, ações e mandatos na vida pública, ele está devidamente credenciado para disputar o principal cargo do Executivo municipal. E, para tal, ele tem apresentado algumas estratégias. Durante a tragédia do Rio Taquari, por exemplo, ele acompanhou comitivas federais e visitou pontos estratégicos de apoio aos desabrigados de Lajeado e, também, de Muçum e Roca Sales. Tudo devidamente registrado. Além disso, ele utiliza as redes sociais para apontar eventuais falhas do atual governo e, por óbvio, não perdeu a chance de cutucar o prefeito após o áudio gravado e vazado no abrigo do Parque do Imigrante. Se a estratégia vai funcionar, só o tempo dirá.
E a iluminação inteligente?
O governo de Lajeado gastou um bocado de energia para lançar, em junho passado, o edital da “iluminação pública inteligente”. É a primeira proposta de Parceria Público Privada (PPP) na principal cidade do Vale do Taquari. E os números impressionam. O valor do contrato é estimado em R$ 350 milhões ao longo dos 20 anos de concessão. Lâmpadas led, usinas fotovoltaicas, semáforos sincronizados, internet em prédios e praças públicas e totens de informação são algumas promessas. E tudo isso está parado. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitou “detalhamentos bastante complexos”, avisa o procurador do município, Natanael Zanatta, e a licitação está suspensa por tempo indeterminado. A projeção é republicá-lo ainda em 2023. Mas não duvidem se ficar para o próximo ano. Afinal, a equipe técnica do TCE costuma ser bastante minuciosa.
Altmann está na briga
Na coluna de ontem, escrevi que o ex-prefeito Renato Altmann (PSD) deve aguardar o resultado de pesquisas internas para avaliar a pré-candidatura para 2024. É um movimento natural por parte de quem sabe o peso do nome para um pleito municipal tão acirrado. Dito isso, alguns articulistas teutonienses interpretaram que Altmann estaria fora da corrida eleitoral. Ledo engano. O ex-gestor está muito bem articulado e disposto a colocar o nome à disposição da comunidade. Ele não cita os partidos mais próximos de uma aliança. Mas projeta apoio de quatro ou cinco siglas. Sobre isso, o vereador Luias (Cidadania) antecipa que vai apoiar Altmann em 2024. “Meu apoio é dele na próxima eleição”, afirma. E o grupo aguarda posicionamento do PP e do Republicanos.
Errata
Só os vereadores aliados ao governo de Teutônia votaram pela rejeição inédita da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O movimento contou com o aval do Executivo. E o objetivo da situação era evitar o repasse de 7% do orçamento ao parlamento, uma exigência da Mesa Diretora, que hoje é comandada pela oposição.
TIRO CURTO
- Promotor de justiça de Lajeado, Sérgio Diefenbach integrou uma comitiva do Vale do Taquari (cerca de 50 pessoas) que participou, ontem, do seminário “Práticas restaurativas em situações de desastres e traumas coletivos”, comandado pelo professor Kay Pranis. O evento ocorreu em Porto Alegre, e o aprendizado coletivo será de suma importância para a comunidade local.
- Em Brasília, o deputado federal Alceu Moreira (MDB) segue na luta para simplificar o trânsito de máquinas agrícolas em vias públicas. O debate é complexo. E, entre as sugestões avaliadas, uma maneira de proibir o tráfego no período noturno.
- Nos bastidores, a Secretária de Educação de Estrela, Elisângela Mendes, costuma ser lembrada para concorrer a um cargo político. Mas ela garante que, ao menos por ora, não tem essa ambição. Vale lembrar que ela é concursada na prefeitura de Estrela, foi eleita secretária pelo próprio corpo técnico do setor, e não possui filiação partidária.
- Em Porto Alegre, o debate sobre a derrubada – ou não – do muro da Av. Mauá deve ganhar novos ingredientes a partir das inundações registradas na capital gaúcha. Já em âmbito regional, sequer existem muros a serem debatidos.
- Muitos vereadores da região não sabiam da existência – ou não – de planos de contingência em seus respectivos municípios. Era um assunto chato. Não tinha cheiro de eleição. Mas tudo bem. É hora de olhar pra frente.