Sim, se trata das pessoas. Porém, essa pergunta para ser respondida precisa de algumas explicações teóricas. O ponto de partida está nas pessoas. Sim, precisa vir do topo da organização, dos acionistas, da direção, dos gestores, para então alcançar a todos. É suficiente? Infelizmente não. As pessoas estão cada vez mais exigentes para que esse tratamento ocorra em todos os processos das partes interessadas. Penso que quem puxa o ESG é o “G”, de Governança.
O ecossistema onde as pessoas e as empresas estão inseridas está cada vez mais competitivo e é por isso que o ESG transcende o óbvio. Mas afinal, do que se trata o *ESG?
E = Environmental (Ambiental): refere-se às práticas da empresa ou entidade voltadas ao meio ambiente. Entram aqui temas como aquecimento global; emissão de gases poluentes, como o carbono e metano; poluição do ar e da água; desmatamento; gestão de resíduos; eficiência energética; biodiversidade; entre outros.
S = Social: relaciona-se à responsabilidade social e ao impacto das empresas e entidades em prol da comunidade e sociedade. Atende a temas como respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas; segurança no trabalho; salário justo; diversidade de gênero, raça, etnia, credo etc.; proteção de dados e privacidade; satisfação dos clientes; investimento social; e relacionamento com a comunidade local.
G = Governance (Governança): está ligado às políticas, processos, estratégias e orientações de administração das empresas e entidades. Conduta corporativa; composição do conselho e sua independência; práticas anticorrupção; existência de canais de denúncias sobre casos de discriminação, assédio e corrupção; auditorias internas e externas; respeito a direitos de consumidores, fornecedores e investidores; transparência de dados; remuneração dos executivos; entre outros. É o “G” quem dita, orienta, fiscaliza e reporta as práticas sustentáveis (ou não). Entendo que os outros dois termos (Social e Ambiental) estão ligados ao “G”.
Podemos afirmar que a jornada sobre esse tema dentro da governança está em pleno funcionamento, mas dentro de uma visão sob a perspectiva de uma jornada. Inicia pelo topo da organização, no nível mais alto da governança, precisa ser tangível aos nossos olhos e praticado para o atingimento de resultados sustentáveis para todo o ecossistema que participa da constância de propósito que a cultura transcende. Em que estágio estamos? Baixo, médio ou alto? Não vejo necessidade em ser tão pragmático nessa avaliação de estágio. Percebo que esse olhar sobre ESG nos projetos empresariais, com ou sem fins lucrativos, parte das pessoas e retornará para elas. Estar inserido nessa perspectiva, é compreender o real alcance em perseguir as boas práticas que o ESG nos traz.
Estar presente na cultura das empresas e mirar a jornada do ESG, insere aqueles que são, querem ser e serão protagonistas em fazer acontecer. Como regra gosto de afirmar que o retorno do que se planta será colhido pelas pessoas! Quando? Quanto antes iniciarmos e compreendermos o ESG.
Opinião
Fernando Röhsig
Consultor empresarial