No começo da semana o prefeito Mateus Trojan anunciou por meio das redes sociais que a empresa Decibal Móveis, com sede em Muçum, doará uma cozinha e um roupeiro a todas as famílias do município atingidas pela cheia. Os móveis que serão doados fazem parte de uma linha média e aqueles que quiserem realizar alguma compra de linha superior, receberão ofertas a preço de custo. Pouco tempo depois do anúncio, cerca de 100 pessoas se reuniram no pátio da empresa. Os moradores receberam uma senha para melhor organizar o processo de retirada dos materiais.
Os irmãos Josué Cristiano Almeida, 24, e Cleiton Almeida de Souza, 37, estão entre os vários moradores da cidade a perderem tudo com a enchente. Vizinhos no bairro São José, eles ressaltam que a doação proposta pela empresa são os primeiros móveis na próxima residência. “Recebemos várias doações de roupa, mas nenhum móvel ou eletrodoméstico, então é muito significativo essa iniciativa. Vamos organizar o que recebemos em Dois Lajeados, onde estamos atualmente”, revela o primogênito.
Os irmãos residem na Princesa das Pontes há mais de dez anos, mas agora cogitam estabelecer moradia em outro município. Com as duas casas interditadas pela defesa civil, eles aguardam por ajuda
dos órgãos públicos. “Vamos ficar se conseguirmos um auxílio que possibilite uma casa em áreas não alagáveis”, salientam.
O comerciante Márcio Rech, 42, mora há 7 anos em Muçum e junta da esposa possuíam a Conveniência da Veri, cuja estrutura e materiais foram muito afetados pela passagem do ciclone. Eles também realizaram a retirada dos móveis na Decibal. A cozinha vai ser utilizada no estabelecimento enquanto o roupeiro será para a residência. “Planejamos reabrir dentro de uns 15 dias, com o mínimo possível para não gerar muita despesa, mas vamos retomar. A esperança é a última que morre, temos que continuar aqui e ajudar a fortalecer a cidade”, enfatiza.
Incentivo à retomada
Conforme o proprietário da Decibal, Nélson Civardi, há cinco funcionários dedicados a atender os moradores. “A empresa não visa apenas o lucro. Nesse momento trágico sentimos a necessidade de ajudar as pessoas. Essa é uma chance de incentivar o recomeço dessas famílias, dar um primeiro passo. Queremos isso para a nossa cidade, pode ser devagar, mas vamos trabalhar por essa retomada”, enfatizou o gestor. Segundo informações da Secretaria de Administração, Fazenda e Planejamento, foram 2,2 mil casas afetadas em Muçum, com 62 delas destruídas e 99 danificadas.
