Ao longo de toda a história, o mundo convive com desastres e tragédias, por mais incompreensíveis que sejam. Quem viveu na pele a dor da perda, sabe como é ficar sem chão e clamar por ajuda.
A nossa região está vivendo isso. Porém, mais do que solidariedade todos prestamos a ajuda que era possível nesse momento tão delicado, com a certeza que cada ação é um fio de esperança no coração de todos aqueles que precisam.
Esperança que conforta e dá forças para seguir, pois nunca é um ponto final, mas sim uma vírgula para um recomeço.
E a vida do atleta profissional também é assim.
O atleta tem sua vida regrada, onde o seu corpo é seu santuário e principal ferramenta de trabalho.
O atleta passa por momentos felizes, tristes, momentos de altos e baixos, onde sua família sente os reflexos. Porém, aliado a tudo isso ele corre sempre o risco de viver sua pior tragédia pessoal (e profissional): a lesão.
Quem conviveu com ela já sentiu na pele e sabe como é ficar sem chão, viver sob angústia em momentos de desespero durante a tormenta desse grande choque de realidade. Em um dia tem saúde e força, no outro dia nada se tem.
Ou melhor, quase nada, pois tudo se tem onde há esperança.
Sempre cito Ronaldo Fenômeno como um grande exemplo de retomada.
Dentro de sua trajetória como profissional do futebol ele sofreu muito com graves lesões. Ronaldo conviveu com a tormenta das pancadas que a vida lhe dava, o deixando sem chão por longos e intermináveis 22 meses, justamente antes do ápice de uma Copa do Mundo.
Mas mesmo sem ter uma explicação do porquê acontecer e, por mais difícil que pareça, sempre há uma luz no fim do túnel. Mesmo sob desconfiança do mundo inteiro, ele encontrou forças para superar e deu a volta por cima, comandando a Seleção Brasileira na conquista do Penta.
Histórias de superação me comovem e não é de hoje. Aliás hoje é dia 22 de setembro, dia do aniversário do cara que conviveu com graves lesões, ficou anos afastado daquilo que mais lhe fazia feliz, chorou, recebeu no conforto de sua família inúmeros abraços de carinho para nunca desistir, sempre em busca da luz para ressurgir.
Não, eu não cheguei perto de disputar uma Copa do Mundo, mas essa última parte se refere a este colunista. Queria eu que a coincidência entre mim e Ronaldo fosse apenas o dia do aniversário. Além da data, temos em comum as inúmeras lesões graves nos joelhos (aqui já são quase 4 nos últimos 10 anos), mas também os inúmeros motivos para sempre seguir em frente.
“Tente e não diga que a vitória está perdida se é de batalhas que se vive a vida”.
Essa frase não é minha, mas é um lema de vida no qual eu carrego junto comigo para sempre no meu braço direito.
Quando parecia improvável ela me dava forças para recomeçar.
E é com ela que finalizo aqui, mas não quero que ela fique apenas restrita a reflexão esportiva. Ela pode (e deve) servir de incentivo a todos aqueles que sofreram com esses últimos acontecimentos na nossa região, colocando fé no coração e esperança a toda comunidade.
Tente outra vez. Bom final de semana!