No âmbito empresarial, a resiliência é o valor essencial para o crescimento de uma empresa. Desde que esteve desempregado, em 2005, Cleibler Jair Mattuella entendeu que empreender é uma atividade repleta de desafios. Foi com esse espírito que fundou em 2006 a Velas Imigrante.
Diante do cenário desafiador de estar fora do mercado de trabalho, Cleibler começou a fazer velas artesanais para reduzir o estresse. Em 2006, viu a demanda crescer na cidade de Imigrante e concluiu que era uma janela de oportunidade. “As pessoas me perguntavam sobre velas religiosas. Pesquisei sobre setor e entendi que valeria a pena investir”, recorda.
Iniciou a fabricação de velas no porão da casa em Imigrante, um espaço com 20 metros quadrados. “Consegui R$ 20 mil em empréstimos do sogro e iniciei a produção”, lembra.
Na mesma época, a esposa Andrea engravidou. Logo, Cleibler se viu com uma família para cuidar e um negócio para tocar. Enquanto Andrea embalava o bebê e vigiava a fábrica, Cleibler vendia os produtos pela região. Logo a fábrica de Velas Imigrante foi transferida para instalações de 60 metros quadrados no ano de 2009. O produto era aceito no mercado por causa da durabilidade. “Nossa vela queima do início ao fim. E nossa vela sete dias, permanece realmente acesa esse tempo”, lembra Cleibler.
Em 2019, um incêndio destruiu a fábrica. As chamas altas e a fumaça intensa foram vistas de várias partes do município. Contudo, Cleibler reconstruiu e incrementou o projeto, anexando uma loja para receber turistas e excursões. “Os turistas verificam o processo de fabricação enquanto compram nos produtos”, ressalta o empreendedor.
A fabricação artesanal é feita por seis integrantes da família. Entre eles, está o bisavô de Andrea, de 94 anos, que é o empacotador oficial da fábrica. As velas são produzidas dentro de variados moldes de silicone e alumínio, voltados para atender comunidades religiosas, bazares e mercados de todo o país.
No início do negócio, há 17 anos, a fábrica vendia 300 quilos de velas por mês. Após o incêndio e com a instalação do site para as vendas on-line, Cleibler e a família comercializam 4 toneladas de velas ao mês. Há clientes da Bahia, Mato Grosso e Espírito Santo. No Rio Grande do Sul, uma equipe de vendedores negocia diretamente nos pontos de vendas.
Os pedidos feitos pelo e-commerce são entregues em sete dias. “Noventa por cento das velas são destinadas às casas religiosas. O segredo do empreendedor é a persistência. Dizem que o céu é o limite, mas esquecem que o homem foi até a lua”, lembra Cleibler, mostrando que é preciso ter coragem para empreender e assumir riscos para não deixar o medo paralisar o negócio.
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