Escutar para ser escutado

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Escutar para ser escutado

Na falta de um sentido, outros se tornam mais aguçados. Olhos, ouvido, boca e nariz. Mas uns são mais presunçosos e não dão espaço para os outros. De todos eles, a fala me parece a mais sagaz. Enquanto os ouvidos são os que recebem menos espaço no nosso dia a dia.

Hoje, a fala é também por meio de posts nas redes sociais e mensagens no celular. E, cada vez mais, ela sai sem pensar. A fala, por mais importante que seja, é o sentido que tem mais potencial para ferir. Em especial, quando não utilizada com sabedoria.

Por outro lado, ela também é alento, desabafo, um ato de carinho. Ela é capaz de transformar um sentimento, e aliviar um pouco o peso carregado por alguém. Ainda que potente, quase sempre só ela não passa toda credibilidade. É preciso, também, ação.

Seja como for, as nossas maneiras de falar dizem muito, por mais redundante que possa ser. E, dependendo de como a usamos, podemos fazer mais mal do que bem.

Enquanto isso, a escuta se torna cada vez menos valorizada. E cada vez mais necessária. A escuta que escuta o desabafo traz conforto para as palavras. A escuta que recebe um elogio, internaliza coisas positivas.

Talvez já tenha sido diferente, mas hoje, não há mais um equilíbrio. E a escuta, por não ser mais natural, precisa ser trabalhada. Na verdade é bastante simples. Basta tomarmos consciência dos nossos sentidos a cada momento. E, em uma conversa, transformar os monólogos em diálogos.

Escutar e querer ser ouvido, tudo na medida certa. Parece a receita. Em especial, em dias como estes. Mas para a vida toda também. Melhor que isso, é só servir a receita com café!

Boa leitura!

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