Em três oportunidades, o empresário Marcelo Casaril, 34, tentou se afastar das funções no Centro de Formação de Condutores (CFC) Casaril para buscar outros caminhos profissionais. Porém, em todas as ocasiões, o destino lhe fez voltar ao convívio da empresa criada pelos pais Moacir e Analice em 1º de julho de 1997. O último retorno foi o definitivo, em função do falecimento do pai, em junho de 2022, vítima de câncer. “Sempre tentei sair para ter meu próprio negócio, mas algo me trazia de volta. Hoje, eu entendo os motivos. Eu estava sendo preparado para esse momento, para dar continuidade ao legado do pai. Não consigo ver de outra forma. Quis buscar minhas coisas, mas não. Volta, volta, volta”, conta Marcelo, que agora ocupa a função de diretor-geral e lidera uma equipe de 28 colaboradores.
A empresa atende 11 municípios da região. A frota conta com 10 automóveis, quatro motocicletas e um ônibus. Em 2019, o CFC conquistou o primeiro lugar no Estado no programa QualiCFC. “Procuramos desenvolver um ambiente leve, de diálogo, orientação, acolhimento, aproximação entre as pessoas”, acrescenta. Tanto que até a cachorrinha Mégui integra a equipe, com crachá de supervisora. “Ela faz a recepção. Os clientes adoram”.
Marcelo nasceu em Encantado em 1989 e, três anos depois, os pais abriram uma autoescola. O carro da família, um fusca azul, era utilizado nas aulas práticas. Naquela época, as provas para conseguir a carteira de habilitação eram feitas na delegacia de polícia. A primeira sede do CFC Casaril ficava na Galeria Livorno, na Rua Júlio de Castilhos, no centro de Encantado. Em 2002 transferiu-se para um prédio novo na Rua Padre Anchieta, onde permanece até hoje. A maior parte da infância, Marcelo e a irmã Gabriela viveram a rotina do trabalho dos pais. “Ia para escola e o restante do tempo ficava na empresa. Só ia para casa para dormir. Com 13 anos comecei a fazer o serviço de office-boy do CFC”, conta o empresário com formação em Administração pela Univates.
Marcelo sempre teve o sonho de ter o próprio negócio e, por isso, se afastou do CFC por várias vezes. Primeiro, aceitou a proposta do pai para assumir a gestão da Madecor, outra empresa da família no ramo de marcenaria. Depois, em parceria com um amigo, fez mais uma tentativa no ramo de móveis. Por último, mudou-se para Lajeado e iniciou projetos na área de consultoria de empresas. “Nesse momento avisei o pai que começaria a me desligar em definitivo do CFC. Mas quando as coisas estavam começando a andar veio a doença dele e mudou tudo”, conta.
A irmã Gabriela, que por muito tempo atuou com escritório de advocacia, também passou a ocupar funções estratégicas no CFC. “Com a partida do pai, voltei a morar em Encantado e assumi a empresa em tempo integral. Hoje considero o CFC o meu irmão mais novo. Não tenho como tratar o CFC de forma diferente, senão com muito amor e carinho, pois ele nos proporcionou toda a estrutura familiar. Mas sigo buscando outras ideias e projetos. Isso também herdei do pai, a vontade de buscar novos desafios”, admite Marcelo.
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