O ciclismo traz consigo, intrinsecamente, uma valorização dos princípios de sustentabilidade e de cuidado. Pedalar pelos lugares que remetem à história das localidades e a partir disso conhecê-los, bem como sua histórica importância para as cidades, transformam os ciclistas em personagens de proteção e divulgação do patrimônio. A partir da ascensão do ciclismo, observo o quanto os ciclistas exibem, como se fosse um troféu, as fotos dos seus destinos. O compartilhamento desses registros nas redes sociais alcança horizontes incalculáveis.
E, os roteiros cicloturísticos se fazem presentes nas rotinas dos entusiastas como formas de promover a modalidade e fornecer ferramentas que facilite ao ciclista conhecer a história de um patrimônio material edificado, ou até da própria cidade. O uso da bicicleta permite olhar com outros olhos para as paisagens, incluindo o patrimônio de uma cidade. Com a bicicleta, o ciclista passa diante dos caminhos em uma velocidade menor que em veículos automotores, bem como mais facilmente pode fazer pausas, o que facilita
a contemplação e o registro da(s) paisagem(ns).
Considerando que os ciclistas costumam registrar em fotos, vídeos, dados GPS e, compartilhar suas pedaladas nas redes sociais os pontos relevantes dos trajetos que percorrem, é bem provável, como dito anteriormente que, em rede, consigamos divulgar a história destes patrimônios e o interesse de outros ciclistas por conhecerem as paisagens visitadas. Quando promovemos movimentos cicloturísticos e que perpassam por estes pontos, sejam históricos ou de interesse, proporcionamos uma série de elementos e significados que certamente valorizarão o patrimônio edificado, incentivarão a prática desportista, irão promover formas alternativas e saudáveis de locomoção e ainda, certamente influenciar no contexto turístico dos locais por onde perpassam, contribuindo para todo esse ecossistema. Afinal, ao conhecermos a história dos objetos, damos valor a eles.