O mundo mudou  ou fomos nós  que mudamos?

Opinião

Ledi Giongo

Ledi Giongo

Secretária Executiva da Cooperativa Dália

O mundo mudou ou fomos nós que mudamos?

Pode-se afirmar que há duas grandes certezas na vida: a mudança e a morte. Ambas, indiscutivelmente acontecem. A primeira é constante e contínua; a segunda, única e definitiva.

No caso da mudança, ela acontece de forma paulatina e, quando nos damos conta, está enraizada em nossa cultura. Foi assim com hábitos e costumes e, atualmente, envolve valores e prioridades.

Não sei se o advento da tecnologia acelerou esse processo, mas para a maioria das pessoas algumas mudanças aconteceram muito rapidamente, como por exemplo, a importância que se concede à aparência visual, que vai sendo modificada por procedimentos estéticos. O fato é que, especialmente as mulheres, tornaram-se um público adepto dessa demanda.

Em efeito, há uma infinidade de procedimentos disponíveis, uns mais e outros menos incisivos, mas todos com o objetivo de melhorar a apresentação pessoal. E, por falar em aparência, vem à mente a causa dessa necessidade de mantê-la jovial. Na verdade, estamos diante de uma dicotomia entre dois desejos muito interessantes: de um lado, almejamos viver muito tempo e, portanto, envelhecer; por outro, temos a necessidade de conservar o visual jovem e, assim, satisfazer nossa autoestima.

Estamos vivenciando um padrão de beleza perseguido pela representação de rostos e corpos modificados, com as pessoas dizendo que isso lhes concede satisfação, bem-estar e autoestima elevada. Mas também nos deparamos com mulheres frustradas, tristes, deprimidas e, portanto, infelizes, com ou sem a introdução de mudanças estéticos, embora boa parte delas esteja satisfeita com as conquistas obtidas e o envelhecimento natural.

Então, a pergunta é: o que está acontecendo com a humanidade? Quando surgiu esse divisor de águas e por quê? Será que a evolução feminina encontrou uma válvula de escape na sua transformação? O Instituo de pesquisas Gallup fez um levantamento sobre mulheres e concluiu que, nos últimos dez anos, elas se tornaram mais raivosas, irritadas, estressadas e, claro, preocupadas.

O fato é que nada acontece por acaso; de um lado, as mulheres obtiveram importantes conquistas nos últimos anos; por outro, assumiram mais responsabilidades como resultado de um sistema patriarcal em casa em confronto com a emancipação fora dela. E essa bifurcação nem sempre encontra sintonia, resultando em insatisfação que precisa ser atendida por meio de mudanças e transformações internas ou externas. Nesse sentido, ninguém de nós tem autonomia para julgar as decisões tomadas, especialmente aquelas que se relacionam às individualidades físicas, mentais, intelectuais, culturais ou de qualquer outra perspectiva.

Para quem acredita em ressurreição, quiçá, novos tempos virão e trarão consigo uma nova cultura, um novo ponto de vista, um novo horizonte e um novo sentido para a vida. Porém, há um consenso de que esta é curta, única e, por isso, precisa ser vivida da melhor forma possível, com alegria e felicidade, sem, contudo, esquecer um sentimento importante: a gratidão por dela usufruirmos.

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