O bairro Montanha é um bom exemplo do quão importante é uma visão de planejamento a longo prazo em uma cidade. Mas não exatamente um “bom exemplo”. O crescimento de Lajeado em direção a oeste não estava previsto – ou não foi compreendido. Como consequência, a principal ligação com o Centro, a Avenida Benjamin Constant foi, com o tempo, ficando saturada e desgastada. A duplicação do viaduto sobre a ERS-130 saiu a muito custo, após anos de espera (e atrasos). E o alargamento da via, ao que tudo indica, será feito aos poucos. Recuperar o tempo perdido foi o que restou para os gestores do presente e do futuro, após os erros do passado.
Nova vocação
A expansão da cidade em direção ao Montanha trouxe também novas perspectivas a um bairro antes estritamente residencial. A própria Benjamin Constant é um bom exemplo disso. Diferentes estabelecimentos comerciais e de serviços se instalaram às margens da avenida nos últimos anos. O setor imobiliário também se expandiu. Para muitas pessoas, deixou de ser apenas um “bairro-dormitório”. Virou também o local de trabalho ou de gerar emprego e renda. Um bom exemplo de autonomia.
Novo vizinho?
A localização privilegiada, com fácil acesso à BR-386, ERS-130 e outros bairros de Lajeado fez o Corpo de Bombeiros Militar manter seu quartel no Montanha, com a sede nova inaugurada há três anos. E a corporação pode ganhar um vizinho de peso: a Brigada Militar. Conversas com o município de Lajeado já foram feitas para que a proposta ganhe corpo. Com isso, o prédio atual ocupado pelo 22º Batalhão de Polícia Militar seria incorporado pelo Executivo. Mas ainda são tratativas bem iniciais.
Acessos dificultados
A duplicação da BR-386 é necessária para melhorar a logística regional. Os ganhos para o Vale serão imensos quando a nova pista estiver pronta. Até lá, no entanto, as obras exigem (muita) paciência da comunidade. O fechamento de acessos parece ser o ponto que mais incomoda motoristas. Ingressar no Montanha pela rodovia, por exemplo, é um desafio. Mas nem todos aceitam isso numa boa. A reclamação é constante.
DAS RUAS
– Demanda antiga da comunidade do Moinhos D’Água, a abertura de vias alternativas agora passa a ser também uma luta dos moradores do Jardim Botânico. Os dois bairros são vizinhos, mas faltam ligações. Os principais caminhos são pela saturada Carlos Spohr Filho ou pela Benjamin Constant. Mas são necessárias algumas voltas para ir de um bairro a outro. Simplificar é o desejo.
– Aliás, o Sistema Viário, do Plano Diretor, prevê a abertura de diversas vias, principalmente em bairros onde há mais terrenos disponíveis, como Conventos, Bom Pastor e São Bento. Porém, existem diversas situações a serem analisadas, como a viabilidade e o impacto ambiental. São projeções futuras, que podem ou não serem implementadas.
– Aos poucos, o Parque Linear começa a tomar forma em Lajeado. A inauguração das quadras de vôlei e de beach tennis foram os primeiros passos. Até o fim do ano, será a vez da pista de skate. E a quadra de basquete também já foi licitada. Todas estão na Décio Martins Costa, avenida por anos abandonada pelo Poder Público.
– Falando em Décio Martins Costa, o que dizer sobre a cratera aberta há mais de três meses na esquina com a Saldanha Marinho, e que até agora não foi fechada? A obra na galeria, iniciada dias depois do incidente, segue inacabada. Em entrevista à colega Bianca Mallmann semana passada, o secretário Fabiano Bergmann admitiu não haver uma previsão de conclusão. E isso não é bom.
– O governo abriu licitação para a construção de uma calçada na rua Bernardino Pinto, no bairro Santo Antônio. O passeio público aumentará a segurança de quem trafega desde o acesso à Saidan até a Escola Municipal Francisco Oscar Karnal. Hoje, o trecho é um dos mais movimentados da região, devido ao grande fluxo de veículos.