O empreendedorismo que atravessa gerações é marcado por inovações e tradições. Dois conceitos que complementam marcas que crescem apoiadas no passado e modernizam seu futuro. O Curtume Koefender soube como dar sentido a diferentes momentos em seus 105 anos de trajetória.
O Curtume foi fundado por Carlos Alfredo Koefender, em 1918, em um pequeno galpão, em Picada Clara, interior de Estrela. “Naquela época, o couro de boi era curtido de forma manual, sendo transformado em selas de cavalo, chicotes e materiais para a guerra”, salienta a diretora Natália Koefender. Pouco tempo depois, a empresa se juntou ao Vier, em Estrela, e se tornou Curtume Koefender Vier. O processo foi importante para expandir a produção.
Em 1946, o Curtume voltou para a direção única da família Koefender e se transferiu para Lajeado, na avenida Beira-Rio, onde está até hoje. “O Curtume foi um empreendimento completo, trabalhando em várias fases da produção, desde o processo de curtimento e acabamento do couro”, explica Natália.
Seu avô tocou a empresa até falecer, em 1990. De 1950 a 1990, o curtume cresceu em conjunto com Lajeado. Na década de 1990, o comando passou para Renato Koefender e seus irmãos que decidiram focar na produção de couro a partir de peles brutas. Neste período, foi iniciado o processo de produção Wet Blue. A jornada é resultado do curtimento ao cromo do couro salgado ou verde, que depois é enviado às empresas.
Em 2013, Natália ingressou na empresa aos 18 anos, para ajudar o pai e assumir o setor administrativo. “O ambiente era bastante estranho para uma mulher trabalhar, pois só tinha homens”, recorda Natália. Neste período, houve a entrada de novos clientes e o curtume ganhou fôlego. Em 2017, a marca investiu fortemente em maquinários e se consolidou no mercado do couro nacional.
Em 2020, com a aposentadoria do pai, Natália assumiu a direção. A empresa atingiu o auge da produção e se consolidou no mercado. O Curtume investiu mais de R$ 8 milhões nos últimos três anos, aumentando sua capacidade de produção para 800 toneladas de Wet Blue mensalmente.
“Hoje, trabalhamos com empresas que exportam ou fabricam bolsas para a Europa.” explica Natália, que lidera cem funcionários e acredita no resultado em equipe. Um exemplo de como o empreendedorismo familiar é aperfeiçoado a cada geração e traduz a vocação empreendedora do Vale do Taquari.
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