A Associação de Moradores do bairro Igrejinha, em Lajeado, tem uma dívida de R$9 mil com o município. O valor é referente à conta de água que não foi paga por gestões anteriores e surgiu há cerca de dez anos, acarretando em juros e multas ao longo do tempo.
O atual presidente da Associação, Cleber Adriano de Castro, explica que a sua gestão descobriu este valor há pouco tempo, quando a conta bancária da entidade foi bloqueada. Na busca por mais informações, foram informados que o débito surgiu há cerca de uma década, quando o pagamento da taxa de consumo de água nos espaços ainda era de responsabilidade das Associações.
“Queremos quitar o quanto antes esse valor e deixar o CNPJ limpo. Queremos crescer como todos os bairros. E para isso precisamos de ajuda da prefeitura. Mas não recebemos nenhum retorno deles”, diz Cléber.
Outro questionamento do presidente da Associação é sobre a cobrança de água seguir sendo feita mesmo com o espaço interditado há sete anos e sem consumo no local. “O salão está há anos sem uso. E mesmo assim teve taxa pra gente pagar. Por que não tiraram o relógio? Não usamos o salão e ainda nos cobram, não é justo”, diz Cléber.
Questionado pela reportagem, o município esclarece que está ciente da situação, mas que a dívida não pode ser perdoada por questões de legislação. O Coordenador de Relações Comunitárias e Institucionais, Günther Meyer, diz que o município busca alternativas para reduzir o valor da dívida e cobrar um valor justo.
“Queremos ajudar, eles estão empenhados em reestruturar a Associação. Estamos estudando o que pode ter acontecido para a água continuar sendo cobrada nos últimos anos mesmo com o salão interditado. Não podemos perdoar a dívida por questões legais. Mas estamos vendo como ajudar, para que eles possam pagar um valor menor, um valor justo em relação ao que foi gasto de fato, e não pagar algo que não usaram. Teve algum erro em não desligar a água, ou isto não ter sido solicitado”, diz Meyer.
Novo ginásio
Outro objetivo da Associação de Moradores do Igrejinha é reformar ou construir um novo ginásio. O salão atual foi construído há cerca de 25 anos, com mão de obra comunitária. Porém o espaço está interditado há cerca de sete anos, por má conservação. Cléber conta que não se lembra de terem sido feitas reformas ou trabalhos de melhorias no local ao longo dos anos.

(fotos: Bianca Mallmann)
“Queremos crescer como todos os bairros, mas não temos retorno. Queremos ajudar nossa comunidade a crescer, é pelas crianças, pelas famílias. A comunidade quer um retorno. Também merecemos coisas boas. Queremos nosso salão de pé. Não podemos pagar pelas más gestões anteriores, sem manutenção, que não pagaram as contas, que deixaram surgir essas dívidas ao longo dos anos”, diz.
O Coordenador de Relações Comunitárias afirma que a construção de um novo espaço não está condicionada com a Associação estar em dia com as finanças do município. Segundo ele, a ideia está na programação do município, mas sem prazo. No futuro, uma possibilidade seria construir, no mesmo local, um novo salão que possa ter o uso compartilhado entre a comunidade e a EMEI, que tem uma área em comum nos fundos.
“A construção de um ginásio leva tempo. É um investimento financeiro importante, precisa ser planejado. No momento, a prioridade da administração municipal é a construção de escolas e creches, por exemplo. Mas o ginásio está nos planos, mas sem previsão. Sabemos que a comunidade precisa”, diz Meyer.