PRF muda para Tabaí de forma provisória até construção de nova sede

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PRF muda para Tabaí de forma provisória até construção de nova sede

Atual prédio da delegacia regional será demolido em função da duplicação da BR-386. Futuro espaço deve ficar pronto no primeiro semestre de 2024. Associação dos policiais rodoviários de Lajeado contesta mudança

PRF muda para Tabaí de forma provisória até construção de nova sede
Delegacia regional da PRF sempre funcionou no trecho de Lajeado da 386, próximo do acesso ao bairro Conventos (Foto: Mateus Souza)
oktober-2024

Prevista desde o início das obras de duplicação da BR-386, a saída da Polícia Rodoviária Federal de sua sede atual, no bairro Conventos, ocorrerá em até um mês. A 4ª Delegacia do órgão, que abrange quatro unidades operacionais, se mudará provisoriamente até que as obras do futuro endereço sejam concluídas. A medida, no entanto, causa divergências internas.

As atividades operacionais serão desenvolvidas temporariamente no antigo posto da PRF em Tabaí, no entroncamento com a RSC-287. O prédio passa por adaptações para receber os agentes rodoviários. Já as atividades administrativas ocorrerão em um espaço alugado no Centro de Lajeado, na rua Carlos Von Koseritz.

No mesmo dia em que foi publicada a decisão administrativa, a Associação Lajeadense de Policiais Rodoviários Federais (Alprf) divulgou uma nota se posicionando de forma contrária à mudança. Argumenta que não houve consulta aos agentes, nem foram estabelecidos critérios técnicos. Cita ainda “graves prejuízos aos usuários da rodovia e sociedade em geral”.

A construção da nova sede está prevista para começar entre setembro ou outubro, conforme a chefe da 4ª Delegacia, inspetora Carine Martins. O local também está definido, no quilômetro 338,7, próximo à Cerâmica Scherer e à divisa com Forquetinha, sentido capital/interior.

“Nós vamos ter uma mudança provisória para que avance a duplicação. Neste momento, está sendo reformado o prédio em Tabaí para receber nossos agentes. Acreditamos que daqui 20, 30 dias, esse processo seja finalizado”, afirma.

Rondas frequentes

O trecho de Lajeado da BR-386 é um dos campeões de ocorrências na rodovia. Seja devido a acidentes ou outras infrações de trânsito, os agentes da PRF são demandados diariamente. Com a ida temporária para Tabaí, os profissionais que fazem este trabalho estarão a 30 quilômetros da sede atual.

Mesmo com a mudança, Carine não teme um aumento no número de acidentes na rodovia. “O efetivo que estará em Tabaí fará rondas frequentes no trecho de Lajeado. Elas permanecerão atuando durante todo o dia, seja de manhã, à tarde ou à noite”, salienta.

Espaço amplo

Já a nova sede da PRF em Lajeado, conforme Carine, será construída em um espaço amplo, o que permitirá um melhor atendimento às ocorrências, no trabalho interno e até na fiscalização do trânsito na rodovia. As obras devem iniciar entre setembro e outubro e o prazo para conclusão é de oito meses.

“Com certeza a nova sede será um espaço melhor e mais amplo do que a atual. O prédio será dividido entre a delegacia regional e a UOP (Unidade Operacional). Haverá uma condição mais facilitada de fiscalização”, frisa.

Delegacia regional da PRF sempre funcionou no trecho de Lajeado da 386, próximo do acesso ao bairro Conventos (Foto: Mateus Souza)

“Falta de planejamento”

A nota divulgada pela Alprf expõe os atritos no debate para a construção da nova sede da PRF, iniciados ainda em 2019. Na época, quando foi assinado o projeto de concessão da 386, não existia previsão de reconstrução da unidade operacional de Lajeado, bem como das delegacias.

“Apesar de alertas, através de ofícios, o edital de concessão da rodovia, publicado pela ANTT, não contemplou a obra (…) Somente no ano passado, três anos depois, a ANTT reconheceu a necessidade e repassou a demanda à CCR ViaSul. Apesar de tudo, as obras não foram sequer iniciadas até o momento”.

Outro ponto criticado pela entidade é que a medida pune sociedade regional, PRF e agentes pela “falta de planejamento de outros órgãos” e “por decisões sem critérios técnicos”, além do impacto direto no trabalho das equipes. “Defendemos que a unidade operacional deve permanecer no local atual até a transferência definitiva para a nova unidade (…)”.

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