Bairro antigo e consolidado, mas com potencial para crescer mais

Um novo olhar sobre os bairros

Bairro antigo e consolidado, mas com potencial para crescer mais

Desenvolvimento do Moinhos, bem como a união e parceria dos moradores nortearam debate na Rádio A Hora. Características de periferia também foram abordadas por convidados

Bairro antigo e consolidado, mas com potencial para crescer mais
Ligados ao bairro, convidados abordaram aspectos atuais e históricos / Crédito: Raica Franz Weiss
Lajeado

Orgulho, sentimento de pertencimento, união da comunidade, potencial adormecido e posição estratégica. Algumas das definições sobre o Moinhos apresentadas por quem conhece o dia a dia da localidade. Considerado um dos berços da urbanização de Lajeado para além do Centro, o bairro hoje vive um momento de transformação, com investimentos e novas tendências.

Passado, presente e futuro do bairro foram o mote do debate deste mês, na Rádio A Hora 102,9, dentro do projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os bairros”. Quatro pessoas, cada um com um diferente grau de envolvimento com o local, participaram da atividade e opinaram sobre os caminhos para um desenvolvimento ordenado.

Vice-prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher viveu no Moinhos, enquanto Rafael Zanatta, ex-secretário de Planejamento e integrante do Comitê dos Bairros, nasceu e cresceu no bairro. Por ali, vivem o líder comunitário Cândido Roberto dos Santos – representante da Associação de Moradores – e Jocelito Brandão, um dos jovens empreendedores da área.

Na avaliação de Gláucia, o Moinhos conseguiu acompanhar o desenvolvimento de Lajeado. “Ele tem creche, posto de saúde, espaços sociais para a prática de atividades esportivas e recreação. Ao meu ver, o mais latente no bairro ainda é a questão de infraestrutura, que precisa de atenção”, admite.

Ele tem creche, posto de saúde, espaços sociais para a prática de atividades esportivas e recreação. Ao meu ver, o mais latente no bairro ainda é a questão de infraestrutura, que precisa de atenção”

Gláucia Schumacher, vice-prefeita

Localização
de destaque

Colado no Centro de Lajeado, o Moinhos também tem fácil acesso às principais rodovias que cortam a cidade, sobretudo a ERS-130. Isso também ajudou na formação do bairro. Além disso, a presença de grandes indústrias o tornam uma área de grande fluxo de pessoas, inclusive de cidades vizinhas.

“O Moinhos é um bairro antigo, mas que ao mesmo tempo tem potencial para continuar se desenvolvendo e criar uma nova identidade. Antes tinha característica mais residencial e hoje é mais comercial, um ambiente mais econômico. Começamos a ver então resultados do que já prevíamos no Plano Diretor, que é uma cidade mais diversificada”, observa Zanatta.

Ele, que atuou na Seplan entre 2017 e 2020, lembra que o bairro possuía uma demanda represada dentro do Plano Diretor atual, que ajudou a formular. “Daqui cinco anos perceberemos as mudanças que foram feitas. Será um período de grandes transformações e novos empreendimentos. Para mim, o Moinhos está muito próximo do que era o Americano há uns dez anos”.

Daqui cinco anos perceberemos as mudanças que foram feitas. Será um período de grandes transformações e novos empreendimentos. Para mim, o Moinhos está muito próximo do que era o Americano há uns dez anos”

Rafael Zanatta, integrante do Comitê dos Bairros

Empreendedorismo

Nos últimos anos, uma mudança de perfil tem ficado evidente no bairro. Ainda que permaneça com suas características residenciais, o Moinhos também tem sido um local propício para o empreendedorismo. Caso de Brandão, que possui uma barbearia nas imediações da Cohab. Em pouco tempo, já conquistou uma clientela fiel.

“Divido uma parte da minha casa para meu negócio. Mas estamos vendo a possibilidade de nos mudar e deixar lá somente o empreendimento. Percebemos que todo investimento que abre no bairro, cresce. É difícil uma empresa abrir ali e fechar. E eu tenho clientes de várias cidades da volta, que elogiam o bairro justamente pela questão da mobilidade”, pontua.

Santos concorda com a possibilidade do bairro consolidar ainda mais este novo perfil. “Eu sou comerciante e vejo um potencial muito grande. As pessoas não vão mais tanto no Centro de carro para comprar algo, justamente por esse déficit de mobilidade. Não tem estacionamento. Então, o Moinhos tem essa vantagem, de ser próximo ao Centro”.

Transformações

Filha do ex-prefeito Cláudio Schumacher – que reside no bairro até hoje – Gláucia lembra que uma grande transformação do Moinhos foi a abertura da rua Santos Filho, no Parque dos Dick. Revitalizou uma área abandonada e possibilitou um novo acesso ao bairro. “E agora temos as marginais da 130, que faz essa ligação por fora e melhora a mobilidade do bairro”.

Outra transformação, lembra Santos, foi da avenida Castelo Branco, antigamente um pequeno trilho e hoje uma importante conexão entre os bairros Moinhos e Florestal. “Antes só tinha cemitério e a rodoviária. Agora tem posto de combustível, farmácia, agropecuária, lojas de embalagens, fórum. Está cada vez mais se tornando uma avenida. É um crescimento natural”.

Para ele, um investimento para o futuro do bairro seria uma ligação cortando a Castelo Branco até a ERS-130, prevista no Plano Diretor e no Sistema Viário do município. “Seria muito válido, até para ligar com o bairro Montanha”.

Zanatta contribuiu lembrando que, na época de Seplan, haviam discussões sobre uma possível ampliação da Carlos Spohr Filho, outra via importante do bairro. “Hoje o maior desafio de mobilidade do bairro não é de quem mora lá, mas sim de quem passa pelo Moinhos”.

Eu sou comerciante e vejo um potencial muito grande no Moinhos. As pessoas não vão mais tanto no Centro de carro para comprar algo, justamente por esse déficit de mobilidade”

Cândiro Roberto dos Santos, líder comunitário

União

O engajamento comunitário é uma marca do bairro, sobretudo na região do Cohab, formado principalmente por moradias populares e famílias com menor poder aquisitivo. Por conta disso, projetos sociais criados na localidade buscam dar uma nova perspectiva aos adolescentes. “São diversas opções para as crianças ocuparem o seu tempo”, comenta Brandão.

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