“Sempre tratei meus alunos como se fossem meus filhos”

ABRE ASPAS

“Sempre tratei meus alunos como se fossem meus filhos”

Professor há 30 anos, Carlos Ignácio Bosse, 59, é muito querido por alunos e ex-alunos, familiares e conhecidos. Em contato com esportes desde jovem, se despede do Colégio Madre Bárbara na segunda-feira, 31, local que marcou sua trajetória como profissional da área

“Sempre tratei meus alunos como se fossem meus filhos”

Quando surgiu o interesse pelo esporte?
Meu pai sempre me incentivou a ter contato com a prática esportiva. Ele era jogador de vôlei, o que acabou se tornando uma das minhas paixões. Mesmo que minha paixão fosse essa, aos 17 anos fui convidado para jogar basquete por um olheiro de rua. Aceitei e, daquele momento em diante, meu amor pelo esporte só cresceu. Em um certo ponto, cheguei a ser jogador profissional.

Como foi essa experiência?
Foi um processo difícil no início, principalmente pelo jeito que me descobriram, não tinha muita experiência, haviam me chamado por conta da altura. Mas, com certeza, foi muito importante na minha vida. Joguei por dois anos em Lajes, Santa Catarina, e depois em São Paulo, o centro do basquete nacional, onde fiquei por um ano e meio. Durante meus períodos de férias voltei para cá e foi quando fui chamado para ser treinador de base do Bira.

Você sempre teve o desejo de ser professor?
Na verdade, descobri que esse era o caminho que queria seguir nesse período em que treinei o Bira. Eles tentavam há muito tempo reativar as categorias, por isso, considero que foi uma grande felicidade emplacar um trabalho que cativasse os jovens. Tudo que eles têm hoje, também tem uma parte do trabalho realizado lá atrás. Percebi, ali, que realmente gostava muito de trabalhar com adolescentes e, por isso, nunca mais parei.

No que o contato com as pessoas impacta na vida?
Ele enriquece a gente. Há pouco tempo parei de trabalhar, mas esse contato sempre me fez aprender e crescer como pessoa. A gente vê um outro mundo com o adolescente, temos que escutar e entender eles,e cobrar o que precisa na hora certa. É uma caminhada que não há palavras para descrever.

Qual a maior lembrança desse período?
Uma memória que me acompanha muito é do meu tempo de Madre Bárbara. Os jogos de 100 anos da rede, em 1995, foram um desses momentos que congelam na mente. Cheguei um ano antes para trabalhar com o basquete na instituição. Acabei me envolvendo com as outras áreas e considero que fizemos um trabalho bem legal. Ganhamos todas as categorias e, para mim, ver o entusiasmo da gurizada, todos comemorando juntos, foi lindo demais.

Como você se sente em fazer parte da vida de tantas pessoas?
Ultimamente tenho pensado muito nisso. Nesses meus 30 anos de casa, e antes também, muita gente passou por mim. Na pandemia pude ver muito isso. Ajudei na portaria por um período, controlava a entrada e saída, e via ex-alunos meus entrando para buscar os filhos. Muitas vezes, pessoas que eu nem lembrava. É muito especial ver essa evolução e saber que, de alguma maneira, participei disso.

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