Impulsionada pela onda de demissões em dois municípios, a região fechou junho com saldo negativo na geração de empregos, marca que não ocorria desde o ano passado. Foram 256 desligamentos a mais do que contratações no período, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Mesmo com o desempenho ruim em junho, o resultado semestral é positivo para o Vale do Taquari. Foram criados 2,1 mil novos postos de trabalho nos seis primeiros meses de 2023, a partir do somatório dos 38 municípios. O número, no entanto, fica abaixo do primeiro semestre dos dois anos anteriores, quando o saldo passou dos 3 mil.
Lajeado responde por quase metade das vagas criadas no período. Foram 1.020 contratações a mais do que demissões. Quem desponta logo atrás é Muçum, com 349, bem à frente de cidades maiores, como Estrela (339), Arroio do Meio (181) e Taquari (135). Um resultado até surpreendente, segundo o prefeito Mateus Trojan.
“Percebemos esse crescimento, mas acabamos não numerando. É uma notícia muito positiva para nós”, enaltece o gestor. Na avaliação dele, o setor industrial puxou a alta na abertura de postos de trabalho na cidade. “Temos muita força no setor coureiro, no setor noveleiro e também no setor calçadista. E as próprias obras que ocorrem no município geram, de forma direta ou indireta, empregos”.
Novas leis
Trojan entende que também influencia no bom momento vivido por Muçum ações que visam incentivar a abertura de empresas. Cita a criação da lei geral de incentivo, elaborada justamente na questão de fomentar empreendimentos de todos os setores, e a Sala do Empreendedor.
“Isso tem ajudado tanto o setor primário quanto o comércio e o próprio turismo, que ganha muita força aqui. Recebemos vários investimentos por conta dessa reestruturação. Começamos agora a ver os resultados práticos dessa lei”.
Efeitos da cooperativa
Teutônia e Westfália tiveram o pior desempenho no mercado de trabalho em junho. Ambas fecharam com um número expressivo de demissões, na comparação com as contratações. Reflexo da crise enfrentada pela Languiru desde o ano passado.
Dos 180 postos de trabalho fechados em Westfália no último mês, 168 são do setor da indústria. A cidade conta com um frigorífico de aves da cooperativa. O empreendimento teve uma redução drástica nas operações desde que a cooperativa colocou o plano de reorganização em prática. Muitos trabalhadores acabaram desligados.
Em todo o ano até agora, o município tem o pior saldo da região, com quase 400 postos de trabalho fechados. Porém, de acordo com o prefeito Joacir Docena, a maior parte dos trabalhadores desligados ao longo do ano já retornaram ao mercado, sobretudo em cidades vizinhas. Por isso,. Aposta em um segundo semestre melhor.
“Muitas empresas de fora vieram para cá buscar mão de obra. Essas pessoas vão e voltam de ônibus. Entendo que quase 90% das pessoas que trabalhavam na Languiru e foram demitidas já estão empregados em outras firmas. Para nós, já é um alento que eles tenham o seu ganha pão garantido e consigam pagar suas contas”, frisa.