Infância celebrada pelas telas do cinema

ESPECIAL BARBIE

Infância celebrada pelas telas do cinema

Mesmo antes da estreia, o filme Barbie tem movimentado a indústria cinematográfica pelo mundo. Na região, fãs da boneca aguardam o lançamento na quinta-feira, 20, e revivem a nostalgia do tempo de criança por meio da produção

Infância celebrada pelas telas do cinema
Foto: Bibiana Faleiro

Os cabelos longos e loiros e a fisionomia de Maria Helene Bianchini, 20, a faziam ser comparada à boneca Barbie quando criança. Ela é fã da personagem desde a infância, e o gosto se intensificou quando começou as aulas de ballet. Por isso, o dia 20 de julho está marcado na agenda há meses.

É na data que o filme em live-action Barbie estreia, como uma releitura das animações já produzidas para o público infantil. Neste mês, Maria Helene também fez aniversário, e o lançamento foi mais um incentivo para a decoração ser baseada na cor-de-rosa da boneca.

“Vou assistir ao filme com a minha mãe, para relembramos esse momento nostálgico da infância. O look já está escolhido. Posso dizer que todos no cinema terão certeza de que sou fanática pela Barbie”, conta.

Na infância

Maria Helene não recorda a data exata de quando ganhou a primeira boneca, mas lembra que era uma edição especial, uma Barbie bailarina, acompanhada por uma sapatilha que a própria menina podia usar.

“Quando criança, eu enxergava a Barbie como um símbolo de poder ser o que eu quisesse quando adulta. Podendo ter diversas profissões, como médica e professora”, conta. Ainda hoje, as bonecas são guardadas por ela com carinho, e representam memórias da infância.

Maria Helene também participa de concursos de beleza e percebe que, mesmo nesta área, a personagem serviu de inspiração. “Os looks, as poses e o jeito que só ela tem, tudo isso me inspirou a buscar o conhecimento pelo mundo da moda e pelos concursos de beleza”, destaca.

Fã dos filmes em animação, ela tem na lista dos preferidos, Barbie e o Castelo de Diamantes e Barbie em Vida de Sereia. Agora, espera com diferentes teorias o live-action da boneca, que não ficou apenas na infância da lajeadense.

Sucesso de bilheteria

No cinema Arcoplex, do Shopping de Lajeado, três salas já estão lotadas para a semana de estreia do filme. De acordo com o gerente da unidade, Paulo Ricardo de Souza, a expectativa é receber mais de 2 mil pessoas nos primeiros dias de exibição.

“A procura está bastante grande. O sucesso se explica porque é um brinquedo que ultrapassa gerações. E ele projetado para as telas do cinema revive a infância de muitas pessoas”, destaca. A gerente ainda ressalta que dos últimos lançamentos, o filme Velozes e Furiosos também bateu recorde de bilheteria na cidade.


O fenômeno do live-action

O filme Barbie é lançado depois de uma sequência de produções em live-action, como o Rei Leão, A Bela e a Fera, Cinderela e a Pequena Sereia. Escritor, diretor e roteirista, Ismael Caneppele entende esse movimento como uma resposta a uma certa crise na produção de novas narrativas, em especial, para o público infanto-juvenil.

“A gente está carente de novos clássicos, novas histórias que atraem multidões ao cinema, como aconteceu com Harry Potter mais recentemente. Então a indústria dificilmente aposta em algo novo ou arrisca muito dinheiro em uma nova narrativa”, avalia.

Assim, ele percebe que o retorno dos clássicos é uma forma de revisitar produções que movimentaram bilhões de dólares, trazendo alguma novidade. Neste sentido, o que a indústria faz é trabalhar em cima da nostalgia como fonte de renda, juntando dois públicos: o infantil, e o adulto, que vai ao cinema com os filhos, sobrinhos, com a nova geração.

“É um clássico que mobilizou a infância dessas pessoas, então a porta está totalmente aberta para que essas histórias retornem”.

Quebra de padrões

Caneppele também destaca que o sucesso do filme mesmo antes do lançamento se dá pelo próprio sucesso da boneca Barbie, que esteve presente na infância de muitas pessoas. Por outro lado, esta nova produção quebra os padrões tradicionais da personagem, com uma narrativa que traduz a força feminina.

Diretora do filme Barbie, Greta Gerwig já teve outros projetos com destaques femininos, como Adoráveis Mulheres, Lady Bird: A Hora de Voar e Frances Ha. Outro ponto que chama a atenção nesta produção é o orçamento, um dos maiores de Hollywood, dados a uma jovem mulher do cinema.

“Uma mulher estar à frente de um orçamento desse tamanho como é o filme Barbie é muito interessante e já quebra um estereótipo”, destaca Caneppele. O roteirista também ressalta o papel de Ryan Gosling, como Ken, e as críticas que recebe sobre a idade. “A gente vê um ator masculino sofrendo um etarismo que as mulheres estão acostumadas a enfrentar a vida inteira”.

Além disso, a atriz Margot Robbie, que interpreta a Barbie, está na casa dos 30 anos, e também quebra o mito da juventude eterna que a indústria tenta passar. “São pontos bem interessantes nessa desconstrução do estereótipo feminino no cinema”.

Depois de Barbie, Greta já tem um novo projeto, e vai dirigir o reboot de As Crônicas de Nárnia, clássica obra de C.S. Lewis, pela Netflix. Ainda neste cenário das produções em live-action, o público também pode esperar outros lançamentos para o próximo ano, como as versões de “Moana”, “Hércules” e “Lilo e Stitch”.

Protagonismo feminino nas obras de Greta Gerwing

A diretora Greta Gerwig

  • Frances Ha (2012)

Frances é interpretada pela própria Greta. Ela vive em Nova Iorque, mas não tem apartamento. Aprendiz de uma companhia de dança, ela não é realmente uma dançarina. Tem uma melhor amiga, Sophie, mas já não se falam. Assim, ela parte em busca dos seus sonhos, apesar de pouco provável que se realizem.

  • Adoráveis Mulheres (2019)

Adaptado do romance “Mulherzinhas“, de Louisa May Alcott, o filme fala de quatro irmãs que sonham em ascender por meio da arte. Mas quando Beth (Eliza Scanlen) fica doente, Jo (Saoirse Ronan), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) precisam retornar ao antigo lar.

  • Lady Bird: A Hora de Voar (2017)

Christine McPherson (Saoirse Ronan) é uma adolescente de personalidade forte que, terminando o Ensino Médio, cansada da vida em Sacramento, deseja ir para uma faculdade distante. Lady Bird é o nome dado a ela por si mesma e pelo qual exige ser chamada.

 

 

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