O Vale do Taquari possui ao menos duas propostas inscritas na plataforma digital Brasil Participativo, idealizada pelo governo federal para coletar propostas da sociedade e priorizar programas para o Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. As ideias regionais, que envolvem a Ferrovia do Trigo e a geração de energia limpa e sustentável, foram coletadas durante o encontro realizado na semana passada, em Encantado, com a presença de representantes da Assembleia Legislativa, CIC/VT, Codevat, e também dos poderes Executivo e Legislativo de diversas cidades da região. E a população em geral tem prazo até a próxima sexta-feira para votar e defender os projetos protocolados pelos nossos representantes.
A votação é eletrônica e funciona por meio do site oficial da plataforma Brasil Participativo. Para votar, o contribuinte precisa estar logado com sua conta Gov.Br. As propostas regionais foram definidas em conjunto pelos representantes das entidades. A primeira sugere mudanças no traçado da Ferrovia Norte/Sul, previsto originalmente até Chapecó (SC). Os líderes locais sugerem que seja estendido até Passo Fundo, interligando os trilhos com a nossa Ferrovia do Trigo. A segunda proposta busca incentivar “a produção de energia limpa a partir de dejetos resultantes da criação de suínos/aves/bovinos e resíduos da industrialização dessa matriz produtiva”. A Univates, por exemplo, já desenvolveu técnicas e estudos sobre esse potencial energético.
O prazo para inscrição e votação de propostas se encerra no dia 14 de julho, reforço. Por ora, foram poucos votantes. O pedido para ampliação da malha ferroviária até Passo Fundo, por exemplo, só havia recebido 20 votos até o fim da tarde de ontem. Ainda restam dois dias. E a disputa para ficar entre as cinco propostas mais votadas no país – e assim ficar mais próximo do texto do PPA 2024 – 2027 do governo federal – é árdua. Afinal, já foram cadastrados 6.440 projetos. E a plataforma registra mais de um milhão de votos.
Poucas audiências = concessão indigesta
Os lindeiros da RSC-287 vão pagar a conta pela falta de transparência inicial no processo de concessão daquela rodovia estadual. E a Concessionária Sacyr não tem nada a ver com o enrosco. Eu explico. Os trâmites para a realização do edital pelo governo do estado não seguiram o modelo da licitação da BR-386, por exemplo, quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) não economizou no número de audiências públicas e encontros com líderes regionais. No caso da RSC-287, o Executivo estadual só realizou uma audiência pública antes da assinatura do contrato. O evento ocorreu em Santa Maria, em maio de 2019. Naquele momento, não foi esclarecido o eventual custeio – por parte dos lindeiros – das regularizações dos acessos às propriedades. E a conta chegou. Sempre é bom lembrar que o mesmo governo tentou nos empurrar – também a toque de caixa – uma indigesta concessão da ERS-130. Por sorte, soubemos nos defender.
Saúde e rua coberta
A comitiva de prefeitos, vereadores e representantes do Hospital Bruno Born (HBB) chegou ontem a Brasília para uma série de reuniões no congresso e no Palácio do Planalto. Entre as pautas, recursos para a principal casa de saúde do Vale do Taquari para consolidação do novo Centro Cirúrgico e ao Centro Obstétrico. Já os vereadores lajeadenses Deolí Gräff (PP) e Lorival Silveira (PP) buscam dinheiro para construção de uma rua coberta. Eles sugerem quatro pontos para a estrutura: na rua Borges de Medeiros, na Av. Benjamin Constant, no Parque Ney Arruda, ou junto ao Parque Professor Theobaldo Dick. Um debate antigo. E com potencial para avançar.
Tiro curto
– Amanhã ocorre a posse da nova diretoria da Câmara da Indústria, Comércio, Agropecuária e Serviços de Roca Sales. O empresário Cleber Fernando dos Santos, associado há mais de 10 anos, assume a presidência da entidade. Claiton Aliatti será o vice.
– Em Teutônia, o vereador Claudiomir de Souza (UB) se envolveu em nova polêmica. Em 2021, ele foi acusado de fraudar documentos referentes às diárias (a denúncia foi arquivada pelo MP). Desta vez, o Partido dos Trabalhadores o acusa de quebra de decoro após manifestação dele sobre “ideologia de gênero”. Segundo representantes do PT, ele teria proferido palavras discriminatórias.
– Ainda sobre o vereador teutoniense, há quem acredite em retaliação contra ele em função de uma eventual proximidade dele com a base do governo.
– Já escrevi isso e reforço: há fortes ruídos internos no PT de Taquari. Especialmente entre os vereadores Leandro Mariante e Filipinho. Há quem diga que isso pode resultar em problemas na coligação com o PDT. E disso eu duvido.
– Ex-prefeito de Arroio do Meio, Klaus Schnack (MDB) deve mesmo deixar o governo de Encantado, onde atua como Secretário de Gestão Financeira. Ele vai assumir como Coordenador Regional de Obras. E, com isso, o prefeito encantadense Jonas Calvi (ainda no PTB) terá espaço para nomear um agente mais “estratégico” para o pleito municipal de 2024. Ou não?
– Vereadora em Lajeado, Ana da Apama (MDB) sugere ao Executivo e à Agência de Inovação e Desenvolvimento Local (Agil) um estudo sobre a criação de um “ambiente regulatório experimental (denominado Sandbox Regulatório), no qual empresas inovadoras possam testar seus produtos e serviços tendo que lidar com menos burocracias em seus anos iniciais”.
– Já o vereador Carlos Ranzi (MDB) solicita encaminhamento de ofício ao Executivo – e eu assino embaixo – para saber “quais projetos estão em andamento para melhorar o tráfego de veículos das avenidas Benjamin Constant e Alberto Pasqualini”.
– Ainda em Lajeado, o vereador Isidoro Fornari (PP) também solicita encaminhamento de ofício ao Executivo – e eu também assino embaixo – para reiterar a necessidade de uma parceria entre as concessionárias prestadoras de serviços de energia elétrica, detentoras dos postes de eletricidade, além das empresas interessadas na instalação de Internet, telefonia e TV a cabo, com o propósito de remover o excedente de cabos e fios obsoletos, inoperantes e sem uso nos postes.
– Sobre a câmara de Lajeado, uma nova informação foi divulgada ontem durante a sessão plenária. A construção da nova ponte sobre o Rio Forqueta, interligando o município com Arroio do Meio, deve custar cerca de R$ 12 milhões. O Estado entraria com R$ 6 milhões. E o restante seria rateado entre as duas cidades contempladas com a importante obra.