Há quanto tempo está em Lajeado e o que te trouxe até aqui?
Nasci em Aracaju, no Sergipe, mas fui para Salvador ainda criança. O que me trouxe para Lajeado, é que tenho uma filha que mora aqui há vários anos e eu vinha para cá todo ano nas férias dos guris. Ou seja, já conhecia aqui e gostava muito. Foi quando nos aposentamos, eu e Ivan, que é o meu marido, viemos para cá em busca de qualidade de vida, e encontramos.
Como começou a trabalhar com técnica de tapeçaria?
Sempre fiz tapeçaria como hobby, quando sobrava um tempinho, pois tinha uma vida muito agitada. O trabalho é feito em telas próprias para tapeçaria e lã. Desde pequena minha mãe me ensinou a bordar, eu já sabia ponto cruz, ponto cheio, um monte de coisa. Minhas bonecas tinham roupas de cama feitas por mim. Hoje já nem lembro mais como bordar. Mas aí a tapeçaria eu fui fazendo em casa… Fiz uma para minha mãe, uma para decorar a casa. Tem peças que comecei lá, em Salvador, e não terminei, vim terminar aqui.
As telas foram bordadas durante a pandemia da Covid-19 como forma de distração. O que inspirou a senhora nesse período?
As telas foram bordadas durante a pandemia e me fizeram muito bem, pois recém tinha chegado em Lajeado. Cheguei em novembro de 2019. Não conhecia ninguém, não podia receber a família em casa e, como todo mundo, encomendava o material pois não podia sair. Então as telas foram minha terapia. A inspiração era quando eu via uma paisagem, um objeto, uma figura bonita, que eu pudesse transpor para a tela.
Como surgiu a oportunidade de apresentar os trabalhos na Casa de Cultura?
Eu passei lá para me informar sobre a possibilidade de uma exposição e fui muito bem atendida pelo pessoal, principalmente Ana Paula [coordena a casa de cultura de Lajeado] que a partir daí, fomos conversando.
E a senhora trabalha com mais algum tipo de artesanato?
Atualmente estou fazendo um bordado típico do Nordeste. Na verdade, estou reaprendendo, começando a fazer novamente.
Pensa em expor esses trabalhos também?
No momento não penso em expor pois ainda estou iniciando e produzindo pouco, somente para mim. Agora estou terminando um livro de pesquisa sobre as brincadeiras de antigamente. Pretendo lançar em agosto ou setembro. Se puder, junto com a Feira do Livro.
Então a senhora é próxima de muitos tipos de arte, certo?
Sim. Inclusive na terça-feira comecei a participar do coral do município. Cheguei na Casa de Cultura e pedi para as meninas “têm coral para a vovozinha?” (risos), e aí comecei a participar. Adorei. Gosto muito de música, de artesanato, de todos os tipos de arte.