A partir da vontade de empreender desde muito novo, Wagner Calheirana sempre esteve em contato com diferentes vertentes de negócios. Hoje, é dono de uma das maiores fabricantes de encapsulados do país. Muito conectado à religião, busca trazer os valores da Igreja para a empresa.
Natural de São Paulo, mora em Estrela há mais de 15 anos e é diretor da Capsexpres. Calheirana foi o entrevistado dessa segunda-feira, 26, em “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora.
Durante a conversa, comentou sobre a trajetória profissional, desde os primeiros passos até a chegada ao Vale do Taquari.O empreendedor explica que trabalhou, de 1984 a 1994, em uma multinacional em São Paulo. No local, teve acesso a cursos de formação profissional e aprendizados sobre linha de produção e industrialização, que o auxiliaram muito em sua carreira.
Durante seus anos de experiência, trabalhou, ainda, na Crown Corks Brasil e, após a saída da companhia, começou a empreender. “A Brasilata comprou o segmento de aerossóis da Crown um tempo depois que saí.
Eles pediram para que eu fizesse a estruturação da linha aqui no Vale, mesmo eu não estando mais na empresa”, detalha.
Calheirana comenta que se apaixonou pela região. “Vendi minhas coisas em São Paulo e me mudei oficialmente para cá”, aponta. Em 2005 saiu da Brasilata e abriu o próprio negócio.
Complementa ainda, que, formado em teologia, sempre foi muito conectado à religião. Pastor desde os 19 anos na comunidade cristã Cristo Vive, afirma que a visão da Igreja nos negócios é muito importante.
“O sucesso de uma empresa é quando ela aprende a lidar com o ser humano”
Rogério Wink: Porque resolveu abrir o negócio?
Wagner Calheirana: Eu saí da Brasilata quando senti que já tinha feito todo meu trabalho lá. Na mesma época, a Igreja já tinha mais de 350 pessoas adeptas. Não tinha mais tempo para ficar na empresa e, ao mesmo tempo, atender aqueles que nos procuravam. Resolvi abrir meu negócio para ter essa maior liberdade e conciliação entre os dois lados. No início, fazia na cozinha de casa e vendia para amigos, sem pretensão nenhuma.
Wink: O que faz a Capsexpress?
Calheirana: É uma empresa de suplementos alimentares. Nosso carro-chefe são cápsulas de vitaminas, que muitas pessoas que passam por déficits percebem a necessidade da suplementação. A empresa começou com a venda de um único produto: o chá 21 ervas. Em 2006, iniciamos a antiga Saúde e Sabor, atual Capsexpress, e passamos a atender farmácias e casas de produtos naturais. Hoje nosso serviço é por mercado online, com expertise de registro do produto.
Wink: De que modo vocês fazem a receita da cápsula?
Calheirana: Primeiro buscamos entender a demanda do cliente. Depois disso, sugerimos algumas fórmulas para o que se deseja. Após a escolha começamos a formulação oficial, tudo conforme a regulamentação da Anvisa. Durante o processo, fazemos a embalagem e buscamos um nome. No fim, o cliente recebe o produto já registrado na Anvisa, com todas as questões legais e de produção feitas e só precisa cuidar das vendas. É importante ressaltar que não trabalhamos com medicamento, mas sim com suplemento alimentar.
Wink: Como criou esse modelo?
Calheirana: Esse é um modelo que já existia com outros produtos. O que nós fizemos foi entrar com a nossa expertise, mas mudando a área. Nossa especialidade é fazer com que os clientes tenham a marca própria, nosso compromisso é só produzir.
Wink: Como é manter um time de trabalho na empresa?
Calheirana: Eu acredito que quando tu coloca teu coração no que se faz, tudo fica mais fácil. Nosso maior capital é a equipe, que é coesa e bem entrosada. Nos preocupamos com o bem de cada um. Além disso, a missão precisa ser clara para sabermos onde queremos chegar. Outro ponto é que eu não trabalho com pessoas motivadas, mas sim inspiradas. Buscamos indivíduos que queiram crescer. Afinal, motivação acaba, inspiração não.
Wink: Qual a importância da transparência na comunicação da empresa?
Calheirana: A comunicação em qualquer lugar é muito importante. Se comunicar com respeito e educação é fundamental. Por isso, eu acho que levo mais a Igreja para dentro da empresa do que o contrário.