Obra avança e município busca alargar mais trechos da Pasqualini

Mobilidade urbana

Obra avança e município busca alargar mais trechos da Pasqualini

Prolongamento nas imediações do Senai e da Escola Érico Veríssimo, com uma nova pista, deve ficar pronto no segundo semestre. Há negociações em andamento para estender faixa até próximo ao trecho já duplicado. Desafio é garantir maior fluidez também na entrada do bairro

Obra avança e município busca alargar mais trechos da Pasqualini
Trecho em obras ajudará a solucionar parte do gargalo no trânsito da avenida / Crédito: Mateus Souza
Lajeado

Maior capacidade de circulação de veículos, melhor fluidez em um tradicional gargalo do trânsito da cidade e mais segurança aos motoristas e pedestres. Princípios da obra de alargamento da Avenida Senador Alberto Pasqualini, que corta o bairro São Cristóvão. Os trabalhos estão avançados e começam a tomar forma.

Iniciada em janeiro, a obra executada pela PAP Pavimentadora contempla um trecho de aproximadamente 130 metros, a partir da esquina com a rua Fábio Brito de Azambuja até a rua Alagoas. A projeção do Executivo municipal é de entregar a nova pista de rolamento no segundo semestre, apesar das condições climáticas desfavoráveis nas últimas semanas.

Para tirar a obra do papel, foi necessária uma negociação do município com o Serviço Nacional de Aprendizagem Inicial (Senai) e a Escola Estadual Érico Veríssimo, que cederam o recuo necessário ao prolongamento. A escola técnica, por exemplo, teve que abrir mão de um muro para possibilitar as intervenções.

A nova pista funcionará no sentido Bairro/Centro e fará a ligação direta entre a Pasqualini e a Fábio Brito de Azambuja. A fase final da obra será a construção do muro de contenção, calçada e sinalização vertical e horizontal. O investimento, segundo o Executivo, beira os R$ 100 mil até o momento.

Benefícios

O engenheiro do setor de projetos do município e vereador, Isidoro Fornari (PP) lembra que a obra integra o Sistema Viário do município, previsto no Plano Diretor. Nele, consta a possibilidade de alargamento em parte do trecho situado no São Cristóvão.

Empresário com estabelecimento do outro lado da Pasqualini, Claudir Degasperi considera a obra essencial. Ele acompanhou, nos últimos anos, a expansão do bairro e a consequente alta no fluxo de veículos na avenida, principalmente em direção à Univates.

“Essa duplicação vai trazer muitos benefícios para todos. É uma necessidade melhorar todo esse fluxo que vai para a universidade e os bairros adiante”, afirma Degasperi. Ele espera, porém, que volte a ser possível atravessar a rua Alagoas pela avenida. “Se ficar fechada, vai prejudicar muito o tráfego de veículos”.

Essa duplicação vai trazer muitos benefícios para todos. É uma necessidade melhorar todo esse fluxo que vai para a universidade e os bairros adiante”

Claudir Degasperi,
empresário

Problemas na acessibilidade

Se por um lado o alargamento da Pasqualini trará maior fluidez ao trânsito, do outro, as obras da terceira faixa têm causado transtornos para uma das principais escolas públicas de Lajeado. Diretor da Escola Estadual de Educação Básica Érico Veríssimo desde 2022, Ismael Garcia comenta que os problemas de acessibilidade na instituição são antigos.

Conforme o diretor, há cerca de sete anos, o município iniciou o alargamento da segunda faixa e, para isso, derrubou o antigo muro da escola. “Na época, o terreno foi recuado e foi feita uma entrada provisória. No ano passado, tivemos uma demanda muito grande de alunos cadeirantes e o problema na acessibilidade ficou evidente”, frisa.

Por isso, Garcia contatou o governo municipal e estadual. Neste ano, além da terceira faixa, uma nova entrada e melhorias internas na escola estão previstas. “A obra na frente do colégio já deveria ter sido entregue. A interna, custeada pelo estado, tem previsão de começar nas próximas semanas”, relata.

Com cerca de 750 alunos em três turnos distintos, o Érico Veríssimo registra grande movimento nos horários de pico. “Sem dúvidas o alargamento vem para ajudar no fluxo, mas, enquanto a obra não está pronta, é um grande problema. Temos alunos cadeirantes que não vêm para a escola em dias de chuva porque não conseguem acessar o pátio. Os demais entram por uma rua lateral. Está sendo complicado”.

Sem dúvidas o alargamento vem para ajudar no fluxo, mas, enquanto a obra não está pronta, é um grande problema. Temos alunos cadeirantes que não vêm para a escola em dias de chuva porque não conseguem chegar à escola”

Ismael Garcia,
diretor da Escola Érico Veríssimo

Descontinuidade

A obra em um pequeno trecho da Pasqualini tende a trazer melhorias num curto prazo. Porém, para o arquiteto e urbanista Augusto Alves, também professor da Univates, a descontinuidade da avenida pode ser um problema. Hoje, em boa parte da extensão, as condições de alargamento são delicadas pelos altos custos envolvidos.

“A largura da via e a quantidade de faixas se alternam bastante ao longo dos trechos. No São Cristóvão, a partir do trevo da BR-386, notamos que começa bem estreito e somente depois de uma certa distância se alarga. E para alargar esse trecho inicial é complicado, pois existem várias edificações consolidadas no entorno”, salienta.

No entanto, Alves entende que é justamente este o trecho que necessita mais urgentemente de um alargamento, sobretudo por fazer ligação com a rodovia federal e servir de acesso ao Centro da cidade. “São obras caras, que envolvem muitas indenizações, quebra de muretas, calçadas e até partes de construções, além de indenização material e do valor do terreno. Ou seja, é complexo, não é algo simples”.

A sugestão do profissional ao Executivo é de realizar aos poucos, dentro do possível. Também, na sua opinião, deve alertar investidores e moradores sobre futuras obras de ampliação das vias e fiscalizar construções que podem atrapalhar obras no futuro. “Não tem como a cidade crescer cada vez mais e o perfil viário permanecer estreito em vários pontos”.

Sem novas alternativas

Para Augusto Alves, a condição atual do São Cristóvão não permite muitas alternativas a Alberto Pasqualini além das vias já existentes. Por isso, aumenta a necessidade de um planejamento bem feito a respeito dos prolongamentos na avenida.

“Se analisarmos o traçado viário do bairro, entre a Pasqualini e a Avenida Alberto Müller, percebemos que as vias são bastante descontinuadas. A topografia não ajuda muito também. São estreitas e de paralelepípedo, em geral. Não vejo muita possibilidade de fazer alternativas dentro do bairro nesse sentido”, comenta.

Para ele, a melhor saída, no momento, para quem busca evitar a Pasqualini, é trafegar pela rua Coelho Neto, cujo movimento de veículos cresceu após a consolidação da Avenida Piraí. “Ou até mesmo a Alberto Müller, que passa pelo Alto do Parque”.

A largura da via, a quantidade de faixas se alterna bastante ao longo dos trechos. No São Cristóvão, a partir do trevo da BR-386, notamos que começa bem estreito e somente depois de uma certa distância se alarga. E para alargar esse trecho inicial é complicado”

Augusto Alves,
arquiteto e urbanista


Obra anterior

– Os movimentos do Executivo para ampliar a Avenida Pasqualini iniciaram há mais de uma década, ainda no governo da ex-prefeita Carmen Regina Cardoso (falecida este ano);

– Inicialmente, foi alargado o trecho da esquina da Washington Luis até as proximidades da esquina com a rua Maurício Cardoso, num investimento superior a R$ 1 milhão. O prolongamento foi de 350 metros;

– A medida, somada a modificações no trânsito do entorno, representou um pequeno alívio ao trânsito pesado da avenida em horários de pico, numa época onde a Univates vinha em uma crescente em número de alunos matriculados;

Primeira obra de alargamento ocorreu na década passada e motivou alterações no trânsito / Crédito: Divulgação


Avanço no Universitário

Pavimentado na década de 1990, o trecho da Avenida Alberto Pasqualini no bairro Universitário também necessita de uma atenção. Além das condições estruturais ruins em diversos pontos, o alargamento se faz necessário. A doação de um recuo viário de terreno quase na esquina com a rua Pouso Novo, neste mês, abriu a possibilidade da construção de uma nova faixa no trecho. A cedência foi aprovada em sessão da câmara de vereadores neste mês.

 

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