Loteamento dos Médicos: um minibairro dentro do São Cristóvão

Autonomia

Loteamento dos Médicos: um minibairro dentro do São Cristóvão

Fundada em 1993 a partir da união comunitária, a associação de moradores reflete os valores das pessoas que construíram o local. Com um grupo muito participativo desde o início das atividades, promove ações beneficentes em prol do espaço e de questões sociais

Loteamento dos Médicos: um minibairro dentro do São Cristóvão
Sede da entidade é considerada um local de união e familiaridade pelos residentes / Crédito: Ana Lorenzini
Lajeado

Da união comunitária à consolidação de uma das mais atuantes associações de moradores de Lajeado, nas palavras de quem ali vive. O Loteamento dos Médicos foi fundado em 1993, mas sua história começa antes desta data. Idealizado por residentes da área, o local reflete o que a união é capaz de fazer.

A associação congrega moradores das ruas Roberto Fleischhut, Arno Ritter, Emilio Abichequer e Reinoldo Alberto Hexsel. Delimitada no início de sua fundação, abrange áreas que, na época, eram as únicas com residentes. Para formalizar a criação do espaço, a administração municipal da época foi procurada e cedeu o local onde hoje se encontra a sede.

A ideia de criar uma associação surgiu de Dario Arend, em 1987. Foi ele quem uniu os primeiros moradores. Todos tinham um mesmo objetivo: formar um local de confraternização entre os presentes. A iniciativa prosperou. Aos poucos, o grupo foi crescendo.

Mesmo situado dentro de um bairro, o Loteamento dos Médicos criou uma autonomia própria a partir do trabalho da associação. A entidade inclusive participa de discussões e reuniões junto ao Executivo que envolvem as diferentes localidades da cidade. Hoje, são cerca de 300 moradores.

Potencial

Atual presidente da entidade, João Cardoso Guerreiro, 64, foi o quinto morador da localidade. Envolvido no projeto desde o início, salienta que a construção e demais planejamentos sempre dependeram do compromisso voluntário.

“Eu sempre apoiei. Afinal, se alguém não puxasse a frente, nunca iria acontecer”, afirma. Guerreiro acrescenta que a união das pessoas sempre foi o diferencial do local. Segundo ele, todas as conquistas da entidade e da comunidade só aconteceram pelo envolvimento geral.

Para Guerreiro, ser presidente é apenas um título para fins legais. Todos os residentes trabalham e buscam o mesmo objetivo, que é engrandecer o local. “A troca do presidente é apenas no papel. Tudo é decidido de forma conjunta. Os moradores apoiam uns aos outros”, comenta.

Ex-presidente da entidade, Antônio Rodrigues de Oliveira, comenta que, mesmo tendo chegado em 2010, percebeu a força dos laços locais. “A união aqui é impressionante. Transformamos nossa associação em uma grande família”, ressalta.

É um orgulho e uma satisfação fazer parte disso. Ver o crescimento do local e das pessoas daqui faz tudo valer a pena”

João Carlos Guerreiro,
presidente da Associação de Moradores do Loteamento dos Médicos

Cotidiano

Conforme Guerreiro, as obras eram – e continuam sendo – executadas a partir da arrecadação de recursos em eventos beneficentes. Inicialmente, o dinheiro era obtido por meio de bailes. Atualmente, passou a ser adquirido com a venda de galetos.

Hoje, a associação promove essa ação três vezes ao ano. Duas com lucros voltados à manutenção da sede e outra com os valores revertidos a uma instituição social. “Queremos enaltecer o lado humanitário. Isso é para que o pessoal daqui não perca o costume de colaborar com as entidades carentes e com a comunidade”, pontua.

Além do lucro das vendas, aluguéis do espaço e a anuidade paga pelos integrantes são as formas que a instituição arca com as despesas. O local conta, ainda, com auxílio do município na doação de alguns materiais e o corte da grama. “Sabemos que diversas comunidades têm o desejo de fazer coisas, mas faltam recursos. Por isso, somos muito gratos por esse retorno”, comenta.

Hoje, a associação é considerada uma das mais organizadas de Lajeado. Conta com quadra de esportes, pracinha e quiosques. Além disso, conta com diversas atividades voltadas à comunidade como reunião-jantar dos moradores e ginástica para mulheres toda terça-feira.

Dentro da comunidade, no entanto, a grande preocupação dos moradores é saber quem vai assumir a presidência daqui para frente. Segundo Oliveira, por mais que a comunidade seja engajada com a associação, os jovens não têm o mesmo apego. “Falta renovação.”

Demandas

Coordenador das Relações Institucionais do município, Günther Meyer comenta que a associação é muito tranquila em relação às demandas da localidade, ainda que existam situações apontadas pelos moradores.

“As principais questões que chegam até nós são pontuais. No momento é o calçamento da Arno Ritter e a troca de algumas lâmpadas no local”, explica. A obra, segundo Meyer, será incluída na próxima licitação para executar as obras de pavimentações no município.

Acompanhe
nossas
redes sociais