A deputada federal Any Ortiz (Cidadania) foi a convidada do Almoço Empresarial da CIC-Teutônia deste mês. O tópico central da palestra foi “Fim dos privilégios: uma luta de toda a sociedade”. A atividade ocorreu nessa sexta-feira, 23, e reuniu autoridades e dezenas de empresários do município e região.
Iniciativas para reduzir despesas com o pagamento de vantagens restritas a determinadas classes do poder público e o seu posicionamento sobre pautas que estão em debate no Congresso Nacional foram tópicos abordados por Any. A parlamentar destacou a importância da participação da classe empresarial nas discussões políticas para a defesa de suas liberdades.
“A política não se faz só através de partidos políticos e filiação partidária. Se faz através de envolvimento dentro da sociedade, das associações comerciais, ou de qualquer outra associação que se tenha. Mas que a gente possa se envolver, que a gente possa discutir, possa dizer o que nós queremos, principalmente o que seja feito com o dinheiro dos nossos impostos”, afirmou.
A deputada exaltou dois projetos de sua autoria, aprovados durante seus dois mandatos na Assembleia Legislativa. O primeiro extinguiu a aposentadoria vitalícia aos ex-governadores do RS, em 2015. Após, conseguiu aprovar a extinção do Plano de Seguridade dos deputados estaduais. Para ela, foram propostas marcantes de seus mandatos, que representam “conquistas da sociedade”.
Segundo Any, trata-se não apenas de uma questão de economicidade. “Todo o meu respeito àqueles que foram governadores do nossos estado, independente do partido político. Eles foram legitimamente eleitos pela população gaúcha, mas isso não lhes dá o direito, na minha opinião, de que essa mesma população precisa sustentá-los para o resto da vida”, analisou.
Em Brasília
Integrante da oposição ao governo federal, a parlamentar discorreu sobre tópicos que tramitam na Câmara dos Deputados. Criticou a cassação do mandato do colega Deltan Dallagnol (Podemos) pela Lei da Ficha Limpa, o que, na visão dela, contraria preceitos do Direito.
Também falou sobre a indicação do advogado Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal. Lamentou que houve apenas 18 votos contrários ao “amigo pessoal” de Lula. “Independente do presidente da República que for, não pode o STF ser um lugar de amigos pessoais ou de demonstração de gratidão por alguma coisa”, enfatizou.
Outro ponto mencionado foi a ampliação dos ministérios do governo federal. Segundo ela, a votação da Medida Provisória para reconfigurar a organização administrativa do Executivo federal só ocorreu após a liberação de R$ 2 bilhões em emendas parlamentares.
Any Ortiz abordou ainda expectativa para a apresentação da proposta de Reforma Tributária. Conforme a deputada, o plenário ainda não conhece o texto e há preocupações de que haja pouco tempo para análise e discussão.
Educação financeira
Presidente da Frente em Defesa da Mulher Empreendedora, Any afirma que uma das suas principais bandeiras é a luta pela educação financeira. Na Assembleia, lutou pela aprovação do tema como conteúdo obrigatório nas escolas gaúchas, por meio de qualificação de professores. Agora na câmara, ela diz também estar empenhada nessa discussão.
Segundo ela, a educação financeira é o caminho para ajudar a construir gerações mais críticas, mais conscientes, não apenas em relação às suas finanças, mas também em relação ao setor público e os gastos do dinheiro dos contribuintes. “Para que não vivam do paternalismo do Estado e do interesse dos governos”, frisou.