O empresário Cesar Lorenzon, 56, sócio-fundador da Lorenzon Plásticos, seguiu à risca o conselho do pai de que “é melhor trabalhar por conta do que para os outros”. Ainda criança, já prestava atenção na rotina de Seu Eleutério, 85, em diferentes afazeres. “Ele era metido a comerciante, dirigia ônibus, caminhão de leite, e tinha essas casas de comércio no interior de Encantado, os antigos secos e molhados. Ele sempre quis crescer, fazer coisas a mais. Essa veia empreendedora herdei dele”, conta.
Até se estabelecer no centro de Encantado, na década de 70, a família (os pais e cinco filhos) morou nas localidades de Linha Azevedo, onde Cesar nasceu, Palmas, Santa Clara e Linha Argola. A vinda para a cidade foi motivada pela compra de uma churrascaria, a Ouro Branco, nas proximidades da cooperativa Dália. O negócio inseriu os Lorenzon no ramo da gastronomia, tornando-se hoje uma referência na região com a administração do Restaurante e Churrascaria Lorenzon.
Aos 14 anos, com um dos irmãos, Cesar teve o primeiro negócio profissional: uma lanchonete instalada na carroceria de um pequeno caminhão. Além de preparar os lanches, diariamente saía com a cesta carregada de doces e pastéis para vender nos estabelecimentos da redondeza. “Passava pelos escritórios e departamentos da Dália. O Carlos Alberto (de Figueiredo Freitas, atual presidente executivo da cooperativa) era um de nossos clientes fiéis”, lembra.
No início dos anos 2000, ao mesmo tempo em que ajudava o pai e a esposa Diana na gestão do restaurante, Cesar começou a investir na área de plásticos, estimulado por um dos irmãos que já trabalhava com recicláveis em Santa Catarina. “Ele teve a ideia, acreditou que tinha futuro e abriu a empresa em Xanxerê. Mais tarde decidimos abrir uma unidade em Encantado para comprar, industrializar e vender”, explica. A operação iniciou em 1º de abril de 2005. Cesar e dois irmãos são os sócios.
Especializada em sustentabilidade, 90% da produção gerada é destinada para indústrias gaúchas, e o restante para Santa Catarina e Paraná. Os materiais que chegam a Lorenzon Plásticos são oriundos de cooperativas de reciclagem, de empresas e de aparistas de papelão. Na indústria, os resíduos passam pelo processo de separação, classificação, lavagem, moagem, extrusão e transformação em matéria-prima para servir às indústrias automobilísticas, moveleiras, higiene e limpeza, embalagens, entre outras.
Além de ampliar a matriz instalada na Rua Coronel Sobral, nas proximidades da Fontana SA, o empresário também projeta aumentar a estrutura da filial construída no Lago Azul. Atualmente, a organização encantadense gera mais de 100 empregos diretos. “Em toda a cadeia, são cerca de 1 mil empregos indiretos, de pessoas que se beneficiam de nossa atividade, desde catadores, aparistas, recicladores”, explica Cesar, orgulhoso da trajetória que coloca a Lorenzon Plásticos na sexta posição no ranking das maiores empresas de Encantado.
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