Nikola Jokic

Opinião

Clairton “Xis” Wachholz

Clairton “Xis” Wachholz

Professor de Educação Física e gestor do Ceat⁄Bira

Colunista esportivo

Nikola Jokic

Lajeado

Os apaixonados pelo basquete ou que curtem assistir esporte das mais diferentes modalidades, acompanharam nas finais da NBA a conquista do primeiro título do Denver Nuggets. Não escrevo com o objetivo de fazer uma análise técnica/tática ou avaliar a postura das equipes envolvidas na final, mas sim conversar sobre um menino obeso na infância que foi responsável direto pelo título do Denver, o sérvio Nikola Jokic.

Após liderar a equipe do Denver Nuggets ao seu primeiro título da NBA em 47 anos de existência, o pivô sérvio foi perguntado pela repórter da ESPN, Malika Andrews: “o cara que foi selecionado na 41ª posição em 2014 durante o intervalo comercial da Taco Bell. O que você pensa sobre isso agora?”

A resposta: “Eles não acreditaram no gordinho. Parece que deu certo. Não aposte contra o gordo”.

Sim, Nikola Jokic não se esquece que foi uma criança gordinha. Nem ele e nem a internet, essa danada. Fatalmente a internet estaria lá postando a famosa foto de Nikola Jokic criança. Um gordinho sem camisa, de braços cruzados e olhar marrento sentado diante de uma caixinha de suco.

Pois bem meus amigos, quantos Nikolas Jokic são excluídos da prática esportiva nas suas infâncias por serem obesos ou baixinhos? Em outra coluna, escrevi sobre os quatro pilares da iniciação esportiva: inclusão, diversidade, cooperação e autonomia. A trajetória do jogador sérvio vai ao encontro da teoria de Balbino e Paes, onde ele teve a possibilidade de seguir praticando esporte e se tornar hoje o MVP(Jogador Mais Valioso) das finais da NBA.

Importante salientar que ele poderia não ter continuado jogando por uma série de outros motivos, mas a sua prática não foi negada por biotipo. Torço para que este case do Nikola Jokic sirva de inspiração para um grande número de crianças.

Aos atletas de categorias de base que estão no início de suas trajetórias, atentem à escrita abaixo e façam uma bela reflexão:

“Eu não pulo muito alto e não sou veloz”, disse o calouro Nikola Jokic em sua primeira entrevista numa demonstração de sinceridade ímpar. Ao invés de tentar convencer os demais de que ele era um excelente jogador, o sérvio me vai lá e faz justamente o contrário. E sabem qual é a melhor parte? Mesmo sem pular muito alto, mesmo não sendo veloz, mesmo correndo igual a um pato desengonçado, Jokic é um dos melhores do planeta. Inteligente como poucos, ele sabe muito bem o que pode e o que não pode fazer. Melhor ainda: ele sabe quando é possível fazer o impossível. (Postado por Renan Alonso no Facebook)

E os americanos com seu estereótipo de atletas, como ficaram?

Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos, a próxima temporada da NBA promete.

Um grande Abraço.

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