Frio e chuva colocam em alerta situação de moradores de rua

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Frio e chuva colocam em alerta situação de moradores de rua

Município possui duas instituições de acolhimento, o Abrigo São Chico e a Casa de Passagem Shalon, com 54 acolhidos. Ainda, há pelo menos 10 pessoas em situação de rua

Frio e chuva colocam em alerta situação de moradores de rua
Abrigo São Chico atua há 22 anos no município. Das 44 vagas, 36 estão ocupadas (Foto: Bibiana Faleiro)
Lajeado

O início do período mais frio do ano alerta para a situação de pessoas em vulnerabilidade. Em Lajeado, de acordo com dados da Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas), são 10 pessoas em situação de rua, fora das instituições de acolhimento.

Além disso, outras 54 pessoas frequentam os lares, com acesso à alimentação, higiene e dormitório. Entre elas, um homem de 41 anos. Com dependência alcoólica e sem ter uma casa para voltar, ele encontrou suporte no Abrigo São Chico. Entre idas e vindas, já faz alguns anos que reside no local, ao lado de outras dezenas de homens que se recuperam de vícios ou procuram um espaço para sair das ruas e recomeçar.

A capacidade do lar é receber até 44 pessoas na residência localizada na rua Pontes Filho. Cerca de 100 homens passam pelo espaço a cada mês. Hoje, são 36 abrigados. Alguns passam dias e outros permanecem por meses no espaço.

Coordenadora da instituição há dez anos, Luana Dias Pereira destaca que a busca de pessoas em situação de rua pelo lar, hoje, é semelhante à demanda no mesmo período do ano passado. Por outro lado, percebe muitos acolhidos encaminhados para o mercado de trabalho ou reinseridos nas famílias, o que diminui a quantidade de pessoas nas ruas.

“Desde que a pessoa acessa o abrigo, ela passa por atendimento profissional e, em conjunto com ela, são feitos encaminhamentos, como documentação, busca por emprego, e tem dado certo. Hoje, Lajeado tem uma ampla variedade de vagas de emprego disponíveis”, destaca Luana.

Busca por doações

Mas também há casos de pessoas que recusam o acolhimento. “Tem essa questão da regra, porque como a maioria tem dependência química e a gente não permite o uso de drogas na instituição, isso acaba sendo inibidor. Eles preferem permanecer na rua, onde possam ter essa liberdade”, avalia a coordenadora.

Outro ponto é a preferência pela individualidade e, no lar, todos dividem os ambientes. Luana ainda destaca outras pessoas que possuem residências, mas procuram as ruas para uso de álcool e drogas.
Apesar do recurso mensal da prefeitura repassado à instituição, o lar sobrevive de doações, já que ainda é preciso pagar luz, água e aluguel. Hoje, a maior necessidade é por roupas masculinas, assim como roupas íntimas e meias. Outra demanda é por alimentos.

Casa de Passagem

Desde 31 de janeiro deste ano, o município também conta com a Casa de Passagem Shalon. A instituição já existe há cerca de 18 anos e, agora, recebe repasses da prefeitura para abrigar pessoas em situação de rua.
Em especial, são acolhidas famílias, crianças, mulheres e estrangeiros. Há 22 vagas para acolhimento na instituição, 18 delas ocupadas. Durante o dia, são cerca de 40 pessoas que acessam o serviço em busca de agasalhos e alimentos.

“Tem pessoas que ficam 8, 10 meses, até um ano aqui. São estrangeiros que precisam de condições mínimas para viver. A nossa proposta é que fiquem até conseguirem um emprego e se estabelecerem”, destaca a coordenadora da instituição, pastora Nair Lopes Mayerle.

23 identificações

Conforme explica a Secretária de Trabalho, Habitação e Assistência Social, Céci Maria Rodrigues Gerlach, em março deste ano, foi feito um novo mapeamento das pessoas em situação de rua do município. Das 23 pessoas identificadas, 14 foram encaminhadas à Central para recuperação. No ano passado, foram identificados 25 moradores de rua.

A secretária destaca que a época do ano não aumenta a demanda do serviço de acolhimento, mas sensibiliza a comunidade e, por isso, o tema é colocado em evidência. “No verão, a gente recebe reclamação das pessoas de que há um certo grupo pelas praças. No inverno, nos ligam para falar do frio que elas estão passando. Nesta época bate mais forte o sentimento de solidariedade”, afirma.

Céci ressalta que, mesmo com o trabalho do município, muitos preferem as ruas. Ela observa que a situação está ligada, em especial, ao exemplo da família, por isso defende a importância de fortalecer os vínculos desde a juventude.

Além disso, destaca o prejuízo da comunidade oferecer esmola aos moradores de rua. “Isso é uma ajuda pontual, não vai resolver a situação. É importante orientar que eles busquem os serviços da prefeitura, para receber auxílio e buscar empregos”, reforça.

Em Lajeado

Pessoas em situação de rua: 10

Abrigados no Abrigo São Chico: 36

Abrigado na Casa de Passagem Shalon: 18

 

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