Centro necessita de integração com áreas históricas, sugerem líderes locais

UM NOVO OLHAR SOBRE OS BAIRROS

Centro necessita de integração com áreas históricas, sugerem líderes locais

Encontro na Rádio A Hora 102,9 discutiu formas para garantir um desenvolvimento harmonioso de um dos bairros mais antigos de Lajeado. Convidados chamam atenção para a segurança noturna.

Centro necessita de integração com áreas históricas, sugerem líderes locais
No debate, participantes ressaltaram necessidade do bairro manter protagonismo no desenvolvimento (Foto: Mateus Róis)
Lajeado

Uma integração de forma harmoniosa. É o que se busca para o Centro de Lajeado, na tentativa de conectar a área considerada mais comercial e economicamente pujante com a parte histórica, antiga e degradada. Fazer com que o trecho mais próximo ao Rio Taquari seja mais valorizado é um dos desafios para o futuro da cidade.

O desenvolvimento do Centro foi o foco do debate deste mês na Rádio A Hora 102,9, dentro do projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os bairros”. Participaram o presidente do Comitê Gestor do Centro Histórico, André Jaeger, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Lajeado, Aquiles Mallmann, e o professor da Univates e arquiteto Augusto Alves.

Para Mallmann, o Centro é o “coração de Lajeado” e exige um olhar atencioso para que continue sendo responsável por impulsionar o desenvolvimento da cidade. E isso passa por aproveitar melhor a parte histórica. “A área mais baixa ainda
está órfã de comércio. Perto da praça, tem pouquíssimas lojas. Essa revitalização tem que acontecer e trazer mais atrativos”, frisa.

Uma medida crucial, para Jaeger, seria no trabalho com incentivos a quem se instalar no Centro Histórico. “O comitê está trabalhando nessa linha, com um projeto de atualização na lei. A ideia é oferecer isenção do IPTU para quem se instalar no ramo cultural, ou reformar um prédio histórico. Está sob análise”, pontua.

Segurança

Outro fator abordado no debate foi a segurança. Em alguns pontos do Centro, em determinados horários, muitas pessoas evitam sair às ruas. “A circulação na Júlio, após as 22h, é bastante perigosa. Acho que o poder público tem que olhar isso com bons olhos. E nós, enquanto entidades, precisamos fazer um pouco de pressão para que as coisas aconteçam”, argumenta Mallmann.

Jaeger recordou que a sede da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), na rua Silva Jardim, tem sido alvo frequente de vandalismo e pediu atenção. “A madrugada tem sido terrível. Faço um apelo às autoridades: a segurança do Centro Histórico está abandonada. Precisa ser olhada com mais carinho”.

André Jaeger, Presidente do comitê gestor do centro histórico

“A madrugada tem sido terrível. Faço um apelo às autoridades: a segurança do Centro Histórico está abandonada. Precisa ser olhada com mais carinho”

Aquiles Mallmann, Presidente da CDL Lajeado

 

 

“A área mais baixa ainda está órfã de comércio. Perto da praça, tem pouquíssimas lojas. Essa revitalização tem que acontecer e trazer mais atrativos”

Ruas completas

Alves ponderou sobre a necessidade de um planejamento a longo prazo para solucionar o problema da mobilidade urbana, que hoje atinge o Centro de diversas maneiras. “Não são apenas de trânsito, é também um processo de deslocamento de pessoas e mercadorias. É preciso contemplar todos os diferentes modais. Tudo tem que ser bem pensado, dentro da ideia de ruas completas”, frisa.

O profissional salienta que, embora a cidade tenha se verticalizado, com o surgimento de núcleos comerciais e de serviços importantes em outros bairros, o Centro segue sendo uma referência. “É o lugar onde todas as pessoas recorrem, seja dos demais bairros ou de outras cidades vizinhas. Aqui tem colégios, prefeitura, hospital, comércio, entre outros”.

Para Jaeger, não há como fugir do estacionamento rotativo em Lajeado. “As coisas têm que evoluir de uma forma ordenada, não apenas na Júlio, como em todas as vias. Vejo hoje que várias pessoas trabalham no comércio e estacionam no Parque dos Dick ou atrás do STR. E outro problema é o transporte público, que não tem uma integração
de pessoas adequada”.

Augusto Alves, Professor da Univates

“É importante que a elite econômica se mantenha no Centro, pois isso faz com que haja convivência de todas as classes sociais, com uma diversidade de públicos”

 

 

“Coração pulsante”

Outro ponto importante, para Alves, é que o Centro não perca a sua potência, mesmo com o fortalecimento do comércio e dos serviços em outros bairros. Defende, para isso, o desenvolvimento de atividades que sirvam de complemento, como os parklets, que proporcionam o convívio e o lazer, sem tirar
a mobilidade dos carros.

“O Centro é o coração pulsante da cidade. Manter o comércio aqui é um grande trunfo. É importante que a elite econômica se mantenha no Centro, pois isso faz com que haja convivência de todas as classes sociais, com uma diversidade de públicos. E a utilização dos valores históricos e ambientais”.

Para Mallmann, uma possível ideia seria a instalação de uma praça coberta. “Isso iria ampliar o movimento de pessoas em dias de chuva. É uma medida importante. O Centro sempre vai ser Centro. Tem sentimento e história. Foi onde
tudo começou e não vai acabar”.

Jaeger, por outro lado, entende que uma rua coberta, nas imediações da praça, afetaria na questão da mobilidade. “Como tu vai fazer isso e trancar o resto da cidade? Além disso, há impedimentos por conta da Casa de Cultura, onde não pode ter nada mais alto do que a edificação num entorno de 200 metros. Hoje, há prédios mais altos, mas que foram construídos antes do tombamento”.

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