O incêndio que atingiu o prédio da Fiegenbaum Rodas na semana passada abre debate sobre como melhorar a disponibilidade de hidrantes na cidade. Em entrevista ao programa O Vale em Pauta, da Rádio A Hora 102.9, o tenente Fausto Gusmão Althaus, do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Lajeado, afirmou que, apesar do volume de hidrantes no município, o número não está dentro da regulamentação e que muitos aparelhos estão danificados.
Hoje, o CBM tem catalogado 37 hidrantes. Conforme norma técnica, os aparelhos devem estar em um raio de ação de, no máximo, 300 metros um do outro, para atender a toda a área do loteamento. Em Lajeado, eles ficam majoritariamente nas áreas centrais. As dificuldades, no entanto, podem aparecer de outras formas.
Principais obstáculos
Conforme Althaus, o Corpo de Bombeiros encontra, com frequência, registros fechados. “Temos um certo problema no município, onde algumas pessoas fazem uma calçada e fecham a metade do hidrante. Ou, o que é comum, obstruem o registro da água”, conta o tenente.
O profissional aponta também que, além da quantidade de canos disponíveis, é necessário que o volume e o fluxo de água sejam adequados para que o incêndio seja combatido com agilidade. “Na frente do quartel, temos um hidrante que carrega nosso caminhão em quatro minutos. Na cidade, tem lugares que demoram 15 minutos. Essa diferença de tempo é fatal em um incêncio”.
Por esse motivo, há ocorrências em que os profissionais optam por abastecer caminhões com água de lugares mais distantes, mas onde o carregamento será feito mais rápido. Quando o fluxo de água é muito baixo ou o hidrante está danificado, os profissionais devem avisar as redes que fornecem água, seja a Corsan ou associações, para que o problema seja solucionado.
Conforme o gerente da Corsan, Alexsander Pacico, quando há problemas operacionais, a empresa faz o conserto. No entanto, em caso de concretagem ou definição do aparelho, o responsável pelo dano deve ser notificado. “Sempre que solicitados, instalamos ou mudamos de lugar”, conclui.
“Corrida de Hidrantes”
O capitão Thalys Stobbe afirma que todos os anos é atualizada uma relação georreferenciada dos dispositivos e as pressões de cada um. “Assim, sabemos só de olhar no mapa qual tem mais ou menos pressão”, explica.
Agora, o Corpo de Bombeiros dá início à operação “Corrida de Hidrantes”, que ocorre há cada dois anos, e tem como objetivo fazer a revisão dos aparelhos da cidade. Por meio de um aplicativo, os profissionais fazem a localização dos equipamentos e verificam a pressão e fluxo da água.