147 anos da  Princesa do Vale

Opinião

Raica Franz Weiss

Raica Franz Weiss

147 anos da Princesa do Vale

A povoação do território de Estrela é muito anterior à emancipação do município, ocorrida em 20 de maio de 1876. Além dos indígenas que habitaram essas terras por séculos antes da chegada dos primeiros europeus, os dados mais antigos que fazem referência a Estrela remontam ao fim do século XVIII.

Conforme o livro “Estrela: Ontem e Hoje” (2002), de José Alfredo Schierholt, os irmãos João e José Inácio Teixeira receberam sesmarias do governo português e dividiram as terras em fazendas, entre elas, a Fazenda de Estrela. Moradores de Porto Alegre, os irmãos Teixeira tinham escravos e peões para trabalhar em suas propriedades, na extração de madeira e cultivo de erva-mate. De acordo com Schierholt (2002), estes foram os primeiros povoadores luso-brasileiros de Estrela, no início do século XIX.

Por volta de 1830, o herdeiro dos irmãos Teixeira, Juca Inácio, permutou as terras de Estrela com Vitorino José Ribeiro. Já naquela época existia um sobrado feito em alvenaria, nas proximidades da atual rua Júlio de Castilhos de Estrela, demolido em 1927. O novo dono das terras edificou um outro casarão em 1855. Esse prédio, décadas depois, serviu como a primeira intendência municipal de Estrela e ficou de pé até 1952.

Conforme pesquisa de Airton Engster, foi nos anos de 1860 que os Menna Barreto chegaram em Estrela. Antônio Victor Sampaio Menna Barreto veio com a família para morar na fazenda do padrasto, Vitorino José Ribeiro. Ali, edificaram o histórico prédio ao lado da Matriz, que serviu por quase 70 anos como prefeitura, quando foi demolido em 1954 para dar lugar ao atual centro administrativo.

Antônio Victor é considerado o fundador de Estrela, já que foi ele quem traçou os primeiros contornos do núcleo urbano. Nesses primeiros anos, as missas da localidade eram rezadas no sobrado da família Menna Barreto. Em 1873, foi criada a Paróquia de Santo Antônio, desmembrada da Paróquia de São José de Taquari. Essa autonomia religiosa foi essencial para a emancipação política do município, que ocorreu três anos depois, em 1876, quando Estrela se separou de Taquari.

Os primeiros imigrantes alemães chegaram a partir de 1856, quando as terras foram divididas em lotes coloniais. O processo de ocupação dessas colônias foi muito semelhante e simultâneo aos demais municípios do Vale do Taquari. Registros mostram que a medição dos terrenos em Forquetinha, por exemplo, datam de 1857.

No território que pertencia a Estrela, a escola particular mais antiga foi fundada em 1869, na comunidade de Canabarro (hoje Teutônia), junto à casa comercial de Carlos Emílio Arnt. Já no que corresponde hoje ao centro de Estrela, em 1875, funcionava a Escola Paroquial São Luiz. As irmãs franciscanas iniciaram as aulas no Colégio Santo Antônio em 1898. A comunidade evangélica, por sua vez, fundou o Colégio Martin Luther em 1904.

Na área da saúde, o prédio que abriga hoje o Memorial de Estrela foi construído, em 1905, para ser a Clínica Cirúrgica e Farmácia do Dr. Gabriel Schlatter. Já os primeiros movimentos para a fundação do atual Hospital de Estrela iniciaram por volta de 1923, quando o vigário da Paróquia Santo Antônio, o padre Pedro Hillesheim, entrou em contato com a Congregação das Irmãs Franciscanas.

Em 1927, uma comissão se reuniu em Estrela para custear a instalação do hospital. Sob a liderança de Francisco Xavier Ruschel, a então Casa de Saúde Estrelense foi entregue em 1929, com capacidade para 25 leitos.

Casarão dos Menna Barreto, que serviu de prefeitura de 1885 a 1954. O prédio foi demolido e, no lugar, foi erguida a atual prefeitura. Na foto, as comemorações do centenário da independência do Brasil, em 1922. Crédito: Acervo Airton Engster


Há 20 anos

IntegrAção na Univates

A Universidade do Vale do Taquari promoveu a primeira edição do momento IntegrAção, em que a comunidade pôde conhecer as instalações da instituição durante o dia de domingo. Na ocasião, a Univates sediou apresentações musicais, oficinas infantis e várias exposições. Mais de duas mil pessoas passaram pelo campus da universidade durante o evento.

Arquivo Municipal de Lajeado/O Informativo

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